Afinal, o vinho tinto faz bem ou mal à saúde?
Paula Beirão Valente, nutricionista, refere que pode apresentar vantagens para a saúde cardiovascular e não só. Mas tudo isto tem a ver com moderação.

A presença do vinho em quase todas as refeições é uma característica marcante da cultura portuguesa. Em Portugal, o vinho é mais do que apenas uma bebida, é um elemento central da gastronomia e do convívio. Desde um almoço de domingo em família até um jantar entre amigos, o vinho muitas vezes acompanha estas refeições, realçando os sabores dos pratos e promovendo a partilha e a camaradagem.
O vinho tinto tem sido apreciado ao longo dos séculos não só pelo seu sabor requintado, mas também pelas suas potenciais vantagens para a saúde. As pesquisas científicas dos últimos anos têm sugerido que o consumo moderado de vinho tinto pode estar associado a uma série de benefícios para a saúde, tornando-o mais do que apenas uma indulgência gustativa. A razão? Pelo facto de apresentar antioxidantes. Segundo Paula Beirão Valente, nutricionista da Clínica Espregueira, no Porto, "estes compostos antioxidantes têm um efeito protetor no nosso organismo que permite a prevenção do processo de oxidação das células, contribuindo, a título de exemplo, para a saúde da nossa pele e reforço do sistema imunitário. A presença de resveratrol, principalmente, no vinho tinto, está também associada à prevenção de doenças cardiovasculares."


O resveratrol (um elemento químico que pode ser encontrado principalmente nas sementes de uvas, na película das uvas pretas e no vinho tinto) referido, que também podemos encontrar na cosmética, demonstrou ter efeitos cardioprotetores, ajudando a reduzir o risco de doenças cardíacas, como aterosclerose (uma doença das artérias elásticas, de grande e médio calibre, e das artérias musculares) e hipertensão. Além disso, o vinho tinto pode aumentar o colesterol HDL (o "bom" colesterol) e melhorar a função dos vasos sanguíneos, promovendo, assim, a saúde do coração. O outro potencial do consumo moderado de vinho tinto está relacionado com a saúde cerebral. O resveratrol tem sido associado a efeitos neuroprotetores, ajudando a proteger o cérebro contra o stress oxidativo e a inflamação, reduzindo assim o risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson, refere Pedro Rebelo Branco na investigação efetuada para o Instituto Universitário Egas Moniz.
Para os que se questionam sobre o vinho branco, é de referir que este também apresenta alguns destes compostos, mas "geralmente em quantidades muito inferiores."

No entanto, não são só coisas boas. Se olharmos para o valor nutricional do vinho tinto, percebemos que "o álcool não é uma boa fonte de nutrientes, fornecendo 7 calorias por grama de álcool, chamadas de 'calorias vazias', que podem pôr em causa qualquer dieta de emagrecimento, quando ingerido sem moderação e ainda condicionar a absorção das vitaminas A, C, B1, B3, B2, B6 e diminuir a concentração de minerais como magnésio, cálcio, fósforo e zinco."
Paula Beirão Valente deixa como última nota: "Nos homens, entre os 18 e os 64 anos, a quantidade máxima diária recomendada é de dois copos ou 20g de álcool puro. Após os 65 anos, a quantidade máxima diária recomendada reduz-se para um copo ou 10g de álcool puro, já na mulher a quantidade máxima diária recomendada é de apenas 10 gr de álcool puro em qualquer idade (ou seja, 1 copo)."

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