Afinal, os tampões podem ter um impacto negativo na saúde feminina
Estudos recentes voltam a aumentar a preocupação do uso deste tipo de produto de higiene íntima.
Os tampões são um dos produtos de higiene íntima mais utilizados pelas mulheres em todo o mundo. Desde a sua introdução no mercado, em 1931, - por um médico americano, Earle Haas - têm sido considerados uma solução prática e discreta para a gestão da menstruação. No entanto, estudos recentes têm revelado preocupações significativas sobre o seu impacto na saúde feminina, levantando questões sobre a segurança do uso a longo prazo.
Os tampões são geralmente feitos de uma mistura de algodão e fibras sintéticas, como a viscose. Embora estes materiais sejam altamente absorventes, estudos, como é o caso do mais recente: "Os tampões como fonte de exposição a metal(loid)s" (Tampons as a source of exposure to metal(loid)s), têm demonstrado que podem contêr resíduos de pesticidas e produtos químicos utilizados durante o processo de branqueamento. Entre estes químicos, destaca-se a dioxina, uma substância que tem sido associada a diversos problemas de saúde, incluindo desregulação hormonal e aumento do risco de cancro.

Além disso, o ambiente quente e húmido proporcionado pelo tampão inserido na vagina pode criar um terreno fértil para o crescimento de bactérias. Este fator é particularmente preocupante devido à possibilidade de desenvolvimento da Síndrome do Choque Tóxico (SCT), uma condição rara, mas potencialmente fatal, causada pela bactéria Staphylococcus aureus. O SCT tem sido associado ao uso prolongado de tampões, especialmente os de alta absorção.
Outras pesquisas recentes têm ido além das preocupações iniciais com os químicos e a SCT, sugerindo que o uso regular de tampões pode estar relacionado com outras condições de saúde. Um estudo conduzido pela Universidade de Medicina de Viena revelou que o uso frequente de tampões pode alterar o microbioma vaginal, prejudicando o equilíbrio natural das bactérias boas que protegem contra infecções. Outro estudo publicado na revista "Environmental Health Perspectives" destacou que a exposição prolongada a produtos químicos presentes nos tampões pode ter efeitos adversos sobre a saúde reprodutiva e o desenvolvimento fetal. Estes achados são especialmente preocupantes para mulheres grávidas ou que estão a tentar engravidar.
Face a estas descobertas, muitas mulheres estão a reconsiderar o uso de tampões e a explorar alternativas mais seguras e ecológicas. Entre as opções mais populares estão os pensos higiénicos orgânicos, feitos de algodão 100% natural e sem químicos adicionados, os copos menstruais, que são reutilizáveis e feitos de silicone de grau médico e até as cuecas menstruais. Os pensos reutilizáveis, feitos de tecidos naturais e laváveis, também estão a ganhar popularidade. Estas alternativas não só reduzem a exposição a químicos potencialmente nocivos, como também têm um impacto ambiental significativamente menor, uma vez que ajudam a diminuir a quantidade de resíduos gerados pelos produtos de higiene descartáveis.

A crescente consciencialização sobre os potenciais riscos dos tampões para a saúde feminina é um desenvolvimento importante na promoção de práticas de higiene mais seguras. Embora os tampões continuem a ser uma escolha popular devido à sua conveniência, é crucial que as mulheres estejam bem informadas sobre os possíveis riscos e considerem alternativas que possam oferecer uma maior segurança para a sua saúde a longo prazo.

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