Este corte de cabelo dos anos 80 vai dominar 2026
Uma forma fácil de dar nova vida aos cabelos compridos? Queremos.
Há produtos que entram na nossa vida de forma quase discreta e, sem darmos por isso, tornam-se parte da nossa rotina, da nossa linguagem estética e até da nossa memória afetiva. Para mim, o MAC Fix+ é um desses raros casos e uso a palavra “icónico" com toda a ponderação que ela exige. Foi, afinal, um dos primeiros produtos de maquilhagem que desejei genuinamente, muito antes de o ter. Lembro-me nitidamente da época em que passava horas a ver tutoriais no YouTube, entre 2015 e 2016, quando a cultura dos gurus internacionais de maquilhagem - sobretudo as norte-americanas - estava no auge. Todas elas, sem exceção, pareciam ter este frasco translúcido sempre ao alcance da mão. Havia quase um ritual cinematográfico no momento em que vaporizaram o rosto: um gesto simples, mas que prometia transformar a maquilhagem.
Quando finalmente comprei o Fix+ pela primeira vez, senti que segurava um objeto de desejo. E, mais do que isso, que estava a entrar noutro capítulo da minha vida de beleza. A promessa do produto cumpriu-se: a textura fina, quase impercetível; o brilho saudável; a forma como tudo assentava melhor - bases, iluminadores e até pós. Era como se a maquilhagem ganhasse vida.
Com o passar dos anos, experimentei outros fixadores, outras brumas, outros truques. A indústria mudou, o vocabulário de beleza transformou-se: saímos da era das maquilhagens densas e estruturadas, tão celebradas em 2016, para uma estética mais leve, natural e clean. Mas, curiosamente, o Fix+ permaneceu. Tornou-se uma presença estável, uma espécie de bússola num universo em constante mutação.
Volto sempre a ele. É inevitável. Talvez porque representa algo que, no fundo, procuro em toda a rotina de beleza: confiança. Sei que, se o meu dia começa às oito da manhã e só termina perto das onze da noite - e há muitos dias assim - a maquilhagem mantém-se intacta. O blush, que dizem ser sempre o primeiro a desaparecer, ainda está lá. A pele continua composta, o brilho mantém-se no lugar certo, sem excessos. Não uso primer, nunca me identifiquei com essa etapa, e por isso o fixador tornou-se a minha peça-chave: uma primeira e última camada invisível que segura tudo sem se impor.
Também há algo profundamente pessoal neste gesto repetido. Talvez porque me acompanhou em tantas fases - eventos, viagens, dias comuns, rotinas rápidas, momentos especiais. Talvez porque sobreviveu às tendências, aos ciclos de consumo, às novas fórmulas “milagrosas” que aparecem a cada estação. Ou porque, no meio de todo esse ruído, o Fix+ provou ser aquilo que muitos prometem ser: constante.
A verdade é que nem todos os produtos resistem ao tempo, à comparação e ao nosso próprio amadurecimento. Só alguns - não por nostalgia, mas por mérito. E o Fix+ é um desses raros clássicos contemporâneos. Um produto que cresceu comigo, que evoluiu com a indústria, que se adaptou às novas exigências e que continua a cumprir a mesma função essencial: fazer com que a maquilhagem se mantenha fiel a nós até ao final do dia.
Talvez seja esse o seu verdadeiro poder. Não transformar, não dramatizar, não impor-se. Apenas garantir que tudo aquilo que fazemos com cuidado - a base bem espalhada, a sombra escolhida ao detalhe, o blush que dá vida ao rosto - permanece no lugar certo.