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St. Vincent lança ‘Masseduction’, uma autobiografia cantada

“Se querem saber como é a minha vida oiçam o meu novo álbum”, diz St. Vincent. Masseduction é o seu quinto trabalho e tem o glitter da pop, mas fala sobre drogas e o fim do amor.

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16 de outubro de 2017 às 19:13 Carlota Morais Pires

Annie Clark apresentou-se ao mundo como St. Vincent, uma espécie de alter-ego para um vulto ciclónico que nunca se deixou limitar por um género. Agora, dez anos depois da edição de Marry Me, o seu disco de estreia, a artista lança o seu quinto trabalho, uma narrativa aberta que avança em direção àpop e fala sobre a sensação de abandono, sobre o amor e o desamor.

St. Vincent também faz uma crítica ainda menos subtil às dependências que criamos e às exigências que estabelecemos a nós próprios, mas o disco não quer olhar de dentro para fora, nem pretende ser uma análise social – em vez de o fazer, leva-nos numa interessante viagem introspetiva ao mundo da artista, sem tentar esconder ou ornamentar o que a atormenta.

Mas claro que há ironia. A canção Masseduction rima ‘mass eduction’ com ‘mass destruction’, diz como é a sensação de ser dividida entre a tentação e o que sabe que está errado, e a consciência, o certo. "Eu não posso desligar o que me estimular", canta St. Vincent, em tons tanto desesperados quanto sensual. Em Young Lover retrata um romance frágil, depressivo, com alguém afundando em vícios.

Masseduction é quase um diário cantado, mas há uma camada pop a trazer glitter ao rock e todo um universo musical e estético pensado e concretizado ao pormenor. Neste novo álbum, St. Vincent colabora com Soundwave, o beatmaker de Kendrick Lamar, com a ex-namorada Cara Delevingne (é uma das vozes em Pills) e Jack Antonoff, o músico e compositor que ajudou a criar alguns dos temas que lançaram Lorde e Taylor Swift.   

Desde as imagens do disco aos videoclips, tudo é moda. Los Ageless quer ser um editorial, com referências óbvias a toda uma estética alimentada por alguns fotógrafos tão relevantes nos anos 80 como Helmut Newton e Guy Bourdin. Há pernas esguias a saltar de ecrãs, um contraste de blocos de cor, unhas demasiado compridas pintadas de encarnado, um consultório de cirurgia plástica com modelos adornadas com diamantes e ligaduras. 

O disco é inesperado em todos os sentidos: por um lado afasta St. Vincent do indie rock, por outro traz um lado mais sombrio e pesado à pop, que só a torna mais interessante.  O New York Times e o Pitchfork comparam-na a Bowie, dizem que é uma das artistas mais camaleónicas e versáteis do nosso tempo. Masseduction parece ser a concretização desta maleabilidade e um passo numa direção diferente e ainda mais curiosa.

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