Portugueses escolhem não conciliar a vida familiar com profissional por medo de perder o emprego
Os trabalhadores conhecem os seus direitos, mas sofrem pressão para não os usar.

Um estudo desenvolvido pela Nova School of Business and Economics e produzido para a Confederação Empresarial de Portugal, aponta que os trabalhadores se retraem de usar os seus dias de conciliação da vida profissional e familiar. A pesquisa, que será apresentada na próxima segunda-feira, 25, durante a conferência Desafios à Conciliação Família-Trabalho, baseia-se em entrevistas a empresas e análises académicas.
O estudo indica que a "falta de conhecimento sobre a legislação em vigor e os direitos já salvaguardados e à sua disposição" tal como a "falta de conhecimento das medidas oferecidas" restringe esta tomada de decisão por parte de trabalhadores e empresas. Para além disto, "atitudes e emoções negativas de resistência" trazem insegurança ao trabalhador em tirar os dias previstos pela lei – seja receio de não progredir na carreira, perder o emprego ou sofrer repercussões informais.

Sublinha também que a maioria das empresas oferece medidas de conciliação entre a vida profissional e familiar embora "de forma informal" nas pequenas e médias empresas. Isto deve-se ao facto da "cultura empresarial ser informal e de grande proximidade entre chefias e colaboradores" ou porque "as empresas foram pressionadas a implementar tais medidas devido à, aparente, natureza ‘conflituosa’ da sua atividade, por exemplo, em fábricas ou call centers", realça o estudo.
Os autores do mesmo destacam que a solução do problema passa por trazer o tema na agenda da Concertação Social e incentivar um diálogo sobre as responsabilidades das empresas para com os trabalhadores. Deve-se ainda ajudar a conciliar a vida familiar com a profissional, seja na flexibilidade de horário ou no trabalho a tempo parcial. O Governo deve ajudar a definir uma estratégia nacional para promover a discussão sobre o tema, frisam os autores.

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