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Porque é que os millennials deixam de responder às mensagens?

Um novo estudo explica porque é que as gerações mais novas mostram maior tendência para não responder a mensagens. O fenómeno é global e tem nome – ghosting.

27 de dezembro de 2017 às 15:16 Rita Silva Avelar

Desaparecer sem aviso (em relações românticas ainda a começar) não é um sintoma exclusivo da era digital, mas está a ganhar novas proporções e a deixar toda uma geração sem resposta. Um estudo realizado pelo site Plenty of Fish inquiriu 800 americanos e canadianos com idades entre os 18 e os 33, colocando diferentes questões sobre os seus hábitos de conversação online e por mensagem de telemóvel. Depois da análise das respostas, o site concluiu que 80% dos millennials já foram vítimas de ‘ghosting’. A palavra derivada de ghost, fantasma em português e agora significa desaparecer sem deixar rasto – isto é, sem resposta. No fundo, passa por ser ignorado após uma troca de mensagem.

Afinal, porque é que esta geração mostra tanta facilidade em deixar de responder? Se pensarmos na primeira razão mais óbvia, será porque é muito mais fácil terminar uma conversa com silêncio do que apresentar uma justificação.

Durante a realização do mesmo estudo, um dos inquiridos explicou que "é o medo de perder a próxima oportunidade, a pessoa que pode vir a seguir. Porque é muito fácil trocar ou gostar de novas pessoas, o que vier pode ser melhor, e é mais fácil deixar cair a conversa. Pode parecer uma manobra maldosa, mas isto acontece quando se está a conhecer a pessoa, não quando já se está num relacionamento".

Mais direccionado para relacionamentos amorosos (ainda que o fenómeno também se verifique relações de amizade) o estudo reforça esta ideia, ao apurar que 15% dos inquiridos chegam a marcar vários encontros para o mesmo dia.

Outra das razões para este silêncio digital ser recorrente é o facto de as pessoas com quem falamos não nos terem sido introduzidas em ambientes familiares – antes da tecnologia só nestes contextos sociais é que se conheciam pessoas. O facto de estarmos (ainda que de forma ilusória) próximos da outra pessoa, se não for do nosso ciclo familiar ou de amigos, é mais fácil pensar que se deixarmos de responder não afectará outras relações, explica a especialista em relacionamos e coordenadora de redes do mesmo site, Kate MacLean: "há 10 ou 15 anos as pessoas com quem se saia e namorava eram parte dos nossos ciclos sociais, apresentados sempre ou por amigos ou família. O namoro ‘online’ potenciou uma série de novas relacionamentos que talvez nunca travássemos ou conhecêssemos, se não fossem as redes sociais. Isso, aliado ao facto de estarmos ‘escondidos’ atrás de um ecrã são tudo pontos de contribuem para o aumento do fenómeno do ghosting nas gerações mais novas" conclui.

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