Arte no feminino: Sofonisba e Lavinia em exposição no Museu do Prado, em Madrid
Obras de mulheres artistas serão exibidas numa tentativa de “acerto de contas” com a exclusão histórica das pintoras femininas.

Num mundo da arte que continua a ser dominado por homens, ainda é raro ver uma assinatura feminina entre os quadros pendurados no Museu do Prado, em Madrid. Das 1700 obras expostas, apenas sete são de pintoras, entre elas a italiana Artemisia Gentileschi, primeira mulher a tornar-se membro da Academia de Belas Artes de Florença, cuja vida e obra são tidas como símbolo do movimento feminista.
A fim de ‘pagar’ uma dívida histórica com a arte feminina (durante séculos, as mulheres ficaram-se pelo papel de musas), o Museu inaugurará a 22 de Outubro de 2019 a exposição "História de duas pintoras: Sofonisba Anguissola e Lavinia Fontana ", com curadoria de Letícia Ruíz, chefe do Departamento de Pintura do Renascimento.

O intuito da exibição é explorar a vida de duas artistas completamente diferentes através do seu trabalho. Apesar de terem aspetos em comum, são também muitos os pontos que as separam. "Sofonisba (1535-1625) é o grande mito da artista mulher e serviu como um guarda-chuva para todas aquelas que vieram mais tarde, porque representava a referência 'digna' da mulher artista", explicou Ruíz ao El País, e foi considerada uma das damas mais importantes da corte de Felipe II.
Para Letícia, Lavinia (1552-1614) foi mais além "porque foi a primeira mulher a abrir seu próprio estúdio" e a manter a sua família, marido e onze filhos, com os frutos do seu trabalho de artista, o que era considerado um absurdo para a época.
Numa atmosfera de luz no que toca ao feminismo e à igualdade de género, procura-se saber cada vez mais acerca da vida das mulheres do passado. "Recuperar as obras de artistas mulheres é uma reflexão coletiva", afirma ainda a curadora ao diário espanhol, "uma obrigação de museus e universidades".

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