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Os livros da minha vida: A escolha de Cristina Carvalho

Desafiámos alguns escritores portugueses a partilhar as suas escolhas literárias de uma vida. Conheça as de Cristina Carvalho.

23 de abril de 2020 às 07:00 Rita Lúcio Martins

"Eu não devoro livros. Saboreio-os, apalpo-os, sublinho-os, dobro as pontas das páginas que me interessam e quando começo a apaixonar-me por essa leitura, leio-os ainda mais devagar. Quando acabo, muitas vezes volto ao princípio e isto pela minha eternidade fora, que é um assunto desinteressante e incompreensível: a eternidade de cada um de nós". Cristina Carvalho nasceu em Lisboa a 10 de Novembro de 1949. É autora de vários livros, muitos deles incluídos no Plano Nacional de Leitura (PNL) para diversos graus de ensino. O seu romance O Olhar e a Alma, romance de Modigliani (Planeta) recebeu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores/RTP 2016 na categoria de Melhor Livro de Ficção Narrativa. "Escolho estes cinco livros, como poderia ter escolhido outros cinco quaisquer e outros e outros e outros. Felizmente que é assim. Há muitos, tenho muitos por onde escolher".

Moby Dick, de Herman Melville (Relógio d’Água)

Um romance que li por duas vezes, a primeira teria uns 12 anos e a segunda vez, aos 60 anos. A complexidade do tema, as descrições sociológicas, os variados objetivos, a transcendência filosófica, nada se consegue reter nem observar quando lido em criança. Da leitura dessa altura fica a lembrança de uma aventura impossível. Ficcionalmente falando: magistral.

A Saga de Gösta Berling, de Selma Lagerlöf (Cavalo de Ferro)

Foi a primeira mulher a receber o Nobel de literatura em 1909. Este é o seu primeiro livro (romance) publicado em 1891. Foi posto em cena, no teatro, várias vezes; passado ao cinema; existe uma ópera; está traduzido em dezenas de línguas. Uma obra-prima da literatura. E porque conheço quase todos os livros desta escritora – alguns lidos várias vezes – nunca deixei de me apaixonar.

As Minhas Lembranças Observam-me, de Tomas Tranströmer (Sextante Editora)

Foi um deslumbramento quando li este pequeno livro. Conhecia há muito a sua poesia. Esta prosa não conhecia. As suas palavras tinham de ser muito belas. Naturais.

Gente de Hemsö, de August Strindberg

Para mim um dos maiores (melhores) escritores de sempre. Este pequeno romance escrito durante um dos seus vários exílios, este numa das ilhas do arquipélago de Estocolmo, desenha um retrato inexcedível da Natureza e da psicologia dos seus habitantes, a psicologia humana igual em qualquer parte do mundo. As ações é que são distintas. Foi adaptado para o teatro, cinema, televisão, traduzido em muitas línguas, é uma das obras mais admiradas da literatura universal.

Arquivos do Norte, de Marguerite Yourcenar

O nascimento, infância e juventude da escritora, numa descrição tão interessante. Obrigatório para quem gosta de memórias e auto biografias.

 

Moby Dick, de Herman Melville (Relógio d’Água)
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A Saga de Gösta Berling, de Selma Lagerlöf (Cavalo de Ferro)
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As Minhas Lembranças Observam-me, de Tomas Tranströmer (Sextante Editora)
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Gente de Hemsö, de August Strindberg
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Arquivos do Norte, de Marguerite Yourcenar
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