O novo livro de Patti Smith (mais dois imperdíveis)
O livro Before Easter After, lançado pela Taschen numa edição de colecionador em tamanho XL e limitada a 1.600 exemplares, nasce de um diálogo artístico que a cantora foi estabelecendo com a fotógrafa Lynn Goldsmith. Conheça também mais duas novas obras para ler agora.

Em agosto passado, no final da atuação no Festival Vodafone Paredes de Coura, a ovação foi tão estrondosa e prolongada que, a certa altura, Patti Smith (Chicago, 1946) voltou as costas ao público e encarou a banda, girando as palmas das mãos para o céu como quem pergunta: "E o que é que eu faço agora?!" Quarenta e quatro anos após a edição do álbum Horses, o fascínio em torno da cantora ícone não parece perder definição ou intensidade. Prova disso são as multidões que continuam a rumar em peregrinação até aos seus concertos, mas também a edição de livros como os recém-publicados Year of the Monkey (um livro de reflexões e de memórias, lançado no final de setembro) e, agora, Before Easter After. A obra, lançada pela Taschen numa edição de colecionador em tamanho XL e limitada a 1.600 exemplares devidamente assinados pelas autoras, nasce de um diálogo artístico que a cantora foi estabelecendo com a fotógrafa Lynn Goldsmith, iniciado na década de 1970. [Patti criou] "uma atmosfera em que eu podia ser eu própria, revelando o meu próprio potencial", afirmou a Patti Smith, a propósito do período em que Goldsmith acompanhou o The Patti Smith Group em atuações em palcos míticos, como o do clube punk rock CBGB [em East Village, Manhattan, Nova Iorque] e em concertos como o de Tampa, na Florida, em que Patti Smith acidentalmente caiu, fraturando várias vértebras do pescoço. Foi durante esse período de recuperação que fotografaram a capa do álbum Easter (o mais bem-sucedido e controverso trabalho de Smith) e do incontornável single Because the Night, captando também, ainda que de uma forma subliminar, a mudança artística que começava a ganhar forma, traduzida numa combinação ímpar de delicadeza e beleza, força e sensibilidade. Com centenas de fotografias nunca antes tornadas públicas, o livro conta com uma introdução, letras de músicas, poesia e prosa assinadas por Patti Smith, resultando num belo testemunho da sua carreira, mas também da filosofia e estética que marcaram toda uma geração.
Perdidamente

A assinalar 125 anos sobre o seu nascimento, O Fado, de Florbela Espanca (Seven Muses), é uma celebração da sua obra poética em todo o seu esplendor. Além de um livro bilingue que reúne os seus mais belos poemas, a obra contempla um disco com 18 poemas musicados, sendo nove deles gravações inéditas. Joana Amendoeira, Gisela João, Katia Guerreiro, Mísia, Joana Melo, Ana Margarida ou Cristina de Sousa são algumas das várias vozes que dão nova expressão àquele que é considerado um dos nomes maiores da poesia nacional.
Atlas artístico
Ilustrado por Kari Herbert [filha de Sir Wally Herbert, o explorador, escritor e artista britânico que, em 1969, se tornou o primeiro homem a atravessar o Polo Norte a pé], We Are Artists – Woman Who Made Their Mark on the World (Thames & Hudson) é um livro que celebra a obra e o talento de artistas consagradas, oriundas dos mais diversos países. A canadiana Kenojuak Ashevak, a japonesa Yayoi Kusama, a russa Lyubov Popova, a mexicana Frida Khalo ou a norte-americana Georgia O’Keefe são algumas das várias mulheres retratadas.

No feminino, quatro novos livros
Palavra tantas vezes pronunciada, nem sempre é bem entendida. Na era do feminismo 2.0, quatro novos livros analisam a amplitude do termo ao mesmo tempo que convidam a uma reflexão sobre os conceitos de empoderamento e equidade.
A arte de amar a moda – duas divas em exposição
Duas exposições, uma em Paris e outra em Nova Iorque, celebram duas mulheres, de épocas e culturas diferentes, que fizeram da moda parte do seu legado histórico.