O nosso website armazena cookies no seu equipamento que são utilizados para assegurar funcionalidades que lhe permitem uma melhor experiência de navegação e utilização. Ao prosseguir com a navegação está a consentir a sua utilização. Para saber mais sobre cookies ou para os desativar consulte a Politica de Cookies Medialivre
Atual

O discurso deste argumentista nos Prémios Goya pôs toda a gente a chorar

Com "Casa en Flames", Eduard Sola ganhou o prémio de Melhor Guião Original e dedicou-o à sua mãe e a todas as mães da sua geração que se sacrificaram pelos filhos. Um discurso que emocionou uma plateia inteira.

Foto: Getty Images
11 de fevereiro de 2025 às 11:32 Rita Silva Avelar

Eduard Sola venceu prémios em GaudíFeroz e Goya com Casa en Flames, que escreveu juntamente com o realizador, Dani de la Orden. Nestes últimos, os Prémios Goya, que aconteceram no Centro de Congressos de Granada a 8 de fevereiro, fez um dos discursos mais poderosos da sua carreira, sendo que já é conhecido por deixar plateias inteiras emocionadas. Depois de subir ao palco, começou o discurso com um gesto (apontando o dedo do meio) referente a uma das cenas do filme com a atriz Emma Vilarasau, só para quem viu, no palel de Montse, que a certa altura faz o gesto e diz "merda!".

E, depois, Sola, começou o discurso. "Eu e a minha geração somos filhos de muitas super mães que foram obrigadas a trabalhar em casa, sem abrir mão do trabalho em casa. Elas vestiram-nos, alimentaram-nos, criaram-nos, tudo isso somado a oito horas de trabalho que eram menos bem pagas do que as dos homens", disse, também ele à beira de começar a chorar.

"Ninguém lhes ofereceu uma alternativa a este modelo baseado na renúncia à própria vida. Muitos pais não estavam à altura da tarefa, nem o estado social", continuou. "Todas essas super mães poderiam esticar, por isso, o dedo, e mandar-nos para o inferno", diz, referindo-se ao seu gesto inicial. "Os sacrifícios que fizeram por nós representam uma dívida que não pode ser paga", afirma. "Se somos quem somos, é graças a elas", disse ainda.

View this post on Instagram

A post shared by Kinótico (@kinotico.es)

View this post on Instagram

A post shared by Kinótico (@kinotico.es)

O realizador espanhol despede-se com uma mensagem final: "Vamos construir um mundo onde o cuidado não se baseie no sacrifício de ninguém. Apostemos numa parentalidade que não exija super mães, mas apenas mães e pais com a estrutura social e econômica necessária para poderem educar livremente e com dignidade", dedicando depois o prémio à sua mãe. 

Casa en Flames é sobre Montse, uma mulher divorciada e com dois filhos que há muito a ignoram, e que espera ansiosamente por um fim de semana em família passado na sua casa, em Costa Brava.

As Mais Lidas