"No means no". A campanha da APAV que reforça o "não" à violência contra as mulheres
"Não é não", a nova campanha da APAV, tem o apoio da Máxima e descontrói frases que ouvimos com frequência em relação à violência doméstica ou contra as mulheres. Exemplos? "Entre o marido e a mulher não se mete a colher".

A 25 de novembro assinalou-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) lançou a campanha "No means no" — conceito criativo de Constança Caixinha que significa "não é não"— associando-se a diversas iniciativas ligadas ao tema.


A campanha tem como ponto de partida frases comuns no discurso popular, como "entre o marido e a mulher não se mete a colher" ou "quem cala consente", muitas delas fruto de uma visão misógina. A APAV pretende desconstruir estas ideias, reforçando a importância de estarmos atentos e conscientes de que cabe a cada um de nós fazer a diferença.
Entre as várias iniciativas, está a campanha #PortugalContraAViolência, que alia a APAV e outras organizações à Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, e à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.


Além disso, o canal Crime + Investigation™ associa-se à APAV pelo terceiro ano consecutivo para assinalar esta efeméride e dar continuidade à campanha "Stop à Violência Contra as Mulheres". Este ano a iniciativa divide-se em três spots com o tema "Muda o princípio da história. Tudo começa com uma mensagem", que pretende alertar para algumas conversas que ocorrem em grupos de homens, e que incentiva à denúncia.

No dia 25, a Marcha Pelo Fim da Violência contra as Mulheres aconteceu em Lisboa, para prestar homenagem às 23 mulheres assassinadas este ano, 13 delas em contexto de relação de intimidade. Há ainda o registo de 50 tentativas de assassinato. Esta marcha visou chamar a atenção para este número e para a violência de género que continua a dominar a sociedade.

A Máxima alia-se à APAV nesta campanha, com a sua divulgação no site e nas redes sociais.

Os femicídios que nos assombram. Ou como ainda se morre por se ser mulher
Sofia Neves, da Universidade da Maia, Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (ISCSP-ULisboa) e Associação Plano i, fala-nos sobre o contexto atual no que diz respeito às vítimas de violência doméstica em Portugal.