Não, este não é mais um filme sobre Harvey Weinstein
Há um alvoroço em torno de "Ela Disse", um filme de Maria Schrader que conta a descoberta inédita das jornalistas do The New York Times que desmascararam o produtor, o que mais tarde deu origem ao movimento #MeToo.
A história é bem conhecida em todo o mundo: em finais de 2017, o The New York Times publicou um longo artigo em que desmarcarava Harvey Weinstein, o produtor que enriqueceu com o cinema em Hollywood, e pelo qual passaram bons filmes. Nessa reportagem, Jodi Kantor e Megan Twohey, as jornalistas de investigação do caso, tornaram públicas alegações que se estendiam há três décadas: Weinstein era, afinal, um predador sexual que aliciou centenas de atrizes para dentro de gabinetes, quartos de hotel, salas de imprensa - só para começar. A descoberta e a investigação valeu-lhes o Pulitzer, Harvey caiu e o movimento #MeToo começava aí. Além de várias mulheres contarem abertamente as suas histórias, deram força a todas as que estavam a passar por situações idênticas e mais figuras masculinas com poder - neste meio, mas não só - cairam.


O início desta história é contado em Ela Disse, o filme de Maria Schrader (vencedora de um Emmy) que narra como Kantor e Twohey - Zoe Kazan e Carey Mulligan nos respetivos papéis - descobriram a verdade, da investigação ao dia da publicação da´grande reportagem. O filme é, portanto, uma história real e inspiradora sobre a descoberta destas jornalistas mas acima de tudo inspira-se em mulheres, muitas delas mães, que encontraram coragem para falar e procurar justiça, não só por elas, como pelas futuras vítimas.

"O filme é um importante testemunho desta história de uma geração, que ajudou a estilhaçar décadas de silêncio à volta do tema do assédio sexual em Hollywood e alterou a cultura americana para sempre", lê-se, no comunicado da CineMundo. Veja o trailer do filme, que chega em breve às salas de cinema portuguesas.

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