Mulheres continuam a silenciar a violência doméstica
Acaba de ser apresentado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa o primeiro inquérito municipal à violência doméstica e de género. O relatório conclui que dois em cada três atos não são denunciados pelas vítimas.

Coordenado por Manuel Lisboa, sociólogo e diretor do Observatório Nacional de Violência e de Género, o primeiro inquérito municipal à violência doméstica e de género feito no concelho de Lisboa revela que as mulheres não denunciam dois em cada três atos de violência de que são vítimas. "A violência contra as mulheres é fundamentalmente baseada na desigualdade de género, nas relações de poder", explica Manuel Lisboa em entrevista ao Público.
O estudo foi realizado através da realização de questionários porta a porta. Foram questionadas 1314 mulheres e 1302 homens com mais de 18 anos e as primeiras conclusões revelam que a violência física, psicológica e sexual é mais significativa entre homens (61,9%) do que entre mulheres (50,3%) – ou seja, os homens são mais agredidos por outros homens do que por mulheres (53,3% dos que foram vítimas de alguma forma de violência foram alvo de agressores masculinos); 83% das mulheres que participaram no estudo também são agredidas por homens.

As questões avaliaram ainda as características da violência, que também diferem: entre homens tende a acontecer em círculos mais jovens e em espaços públicos, desencadeada por "relações quotidianas, o encontro com pessoas desconhecidas ou as quezílias entre amigos", como avança a notícia do Público, publicada esta manhã.
No universo feminino, a violência ocorre em todas as idades, mas sobretudo em espaços privados e entre mulheres com relações familiares ou próximas, de maior intimidade. Nas relações com homens, o impacto da violência é maior na vida das mulheres: mais de metade (52,9%) afirma ter mudado os seus hábitos e rotinas depois de ser vítima de violência; um terço das mulheres desenvolveu problemas do foro psicológico; uma em cada dez considera que a sua sexualidade foi afetada; uma em cada 20 pensou cometer suicídio.
No entanto, o número de denúncias ainda é muito inferior aos casos de violência doméstica. As pessoas questionadas dizem que nada fizeram em dois em cada três atos de violência de que foram alvo. De todas as pessoas questionadas, só 6,4% contactaram as autoridades; 1,4% procuraram ajuda junto dos serviços de saúde; e 1,5% pediram ajuda a uma organização não-governamental.


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