O nosso website armazena cookies no seu equipamento que são utilizados para assegurar funcionalidades que lhe permitem uma melhor experiência de navegação e utilização. Ao prosseguir com a navegação está a consentir a sua utilização. Para saber mais sobre cookies ou para os desativar consulte a Politica de Cookies Medialivre
Atual

Hotel-paraíso

Aviso à navegação: o paraíso que todos procuramos não fica do outro lado do mundo mas sim num conjunto de ilhas perdidas no Atlântico chamadas... Açores. Fomos até lá só para conhecer uma das suas mais entusiasmantes moradas: o Terra Nostra Garden Hotel, em São Miguel. 

Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
12 de agosto de 2014 às 06:00 Máxima

 O melhor hotel dos Açores para relaxar. A frase, em jeito de promessa, foi lançada logo à chegada. A estada ia ser curta, mas a ideia de dois dias de puro descanso era o suficiente para querer voar para São Miguel e aterrar no Terra Nostra Garden Hotel. Depois da remodelação concluída quase há um ano (e que obrigou a um encerramento de sete meses), o hotel subia à categoria de quatro estrelas superior e elevava a fasquia do conforto, consolidando a sua posição de referência entre as moradas mais charmosas da ilha.

 

A nova vida do hotel 

Renovado há cerca de um ano, o hotel conta com 86 quartos divididos entre a ala jardim e a ala Art Déco (estilo que inspira o edifício original). Entre as atrações, está o Restaurante TN que, além da deliciosa carta desenhada pelo Chef Luís Pedro, apresenta uma surpreendente oferta de vinhos selecionada por Manuel Moreira. Esta segunda vida do Terra Nostra Garde Hotel já lhe valeu duas nomeações para o World Travel Awards nas categorias de Melhor Hotel Boutique de Portugal e da Europa. A votação encerra a 23 de junho.

Inaugurado em 1935 pela família Bensaúde (que ainda hoje detém a propriedade), o hotel nasceu dentro dos limites de um parque criado em 1775 por Thomas Hickling, o então cônsul dos Estados Unidos em São Miguel, que ali construiu a sua residência de verão. Em 1848, foi adquirido pelo Visconde da Praia que o ampliou, plantando novas espécies, escavando grutas e jardins de água, desenhando as belas alamedas pelas quais podemos hoje passear. E respirar. A primeira evidência da experiência Terra Nostra tem precisamente a ver com essa coisa tão importante e tantas vezes negligenciada: a capacidade de respirar. E a verdade é que são precisas apenas algumas horas para notar que, ali, a respiração se altera. Amplia-se.

 

É já de peito cheio que avançamos na direção do Tanque Termal, uma espécie de coração do parque, já que é ele uma das grandes atrações da propriedade. E se a descida às suas águas é uma daquelas situações de “primeiro estranha-se, depois entranha-se”, a contemplação do seu enquadramento é de uma beleza sem preâmbulos nem reticências. A água, cor de caramelo e bem opaca, é reconfortantemente quente (a temperatura ronda os 35º), rica em ferro e sais minerais e levemente perfumada a enxofre. Desconhecem-se com precisão científica os seus benefícios, mas sabe-se que é frequentemente recomendada por médicos, graças às suas propriedades relaxantes.

 

Um passeio no parque 

Com 12,5 hectares de jardins e matas, o Parque Terra Nostra é uma das principais atrações de São Miguel. Com exemplares das principais plantas endémicas da ilha, o jardim conta ainda com uma impressionante coleção de fetos, um jardim de vireyas e outro de azáleas, e impressionantes coleções de cicadales e de camélias, contando esta última com mais de 600 exemplares de diferentes espécies. 

Quem tiver dificuldades em descobrir tantas potencialidades sozinho, pode sempre solicitar um dos tratamentos de assinatura do recém-inaugurado spa: o Guest Exclusive Thermal Bath.Eu tive oportunidade de fazer o meu bem cedo, quando a temperatura do dia contrastava ainda mais com a do tanque, acentuando a magia fumegante do cenário. A experiência será, imagino, quase como um regresso ao útero. Basta entregarmo-nos às mãos da terapeuta que, com a ajuda de dois rolos flutuadores (os bem conhecidos esparguetes de espuma que usamos na piscina), nos embala o corpo, completamente submerso à exceção da cabeça. No final, aguarda-nos um roupão aquecido e o caminho até ao Wellness Place, onde o relaxamento conhece uma sequela à altura da primeira parte. “Se o nosso objetivo era criar o melhor lugar para relaxar nos Açores tínhamos de ter um spa”, explicava mais tarde Carlos Rodrigues, o diretor do hotel e mentor de um novo conceito apostado em valorizar as experiências e as relações.

 

Lagoas mágicas 

Conhecida como a ilha verde dos Açores, São Miguel é a maior ilha do arquipélago, com 62,1 quilómetros de comprimento e 15,8 quilómetros de largura. São muitas as atrações locais, mas as lagoas são porventura das mais mágicas. Além das incontornáveis Sete Cidades, Furnas e Fogo, vale a pena olhar o mapa com cuidado e descobrir outras menos óbvias. É o caso da Lagoa do Combro: apesar do difícil acesso, cada passo da caminhada vale a pena em troca do maravilhamento da chegada.

A nova filosofia é evidente na atitude de cada empregado, mas também em cada recanto, da receção ao restaurante, passando pelo spa: pequenino na dimensão, mas bem apetrechado em tratamentos, alguns deles de assinatura. A ideia é proporcionar tratamentos singulares, profundamente dependentes do local onde estamos. Um exemplo: as plantas usadas são colhidas no próprio dia, no Parque Terra Nostra, que também serve de cenário às sessões de PNF-CHI, uma terapia holística criada por fisioterapeutas portugueses na ilha Terceira, que coordena a respiração com os padrões neurofisiológicos, promovendo relaxamento e, em última análise, saúde. Curiosamente, o mesmo poderia ser dito de um hotel, rico em História e em estórias. A meio da tarde, demoro-me na receção, a ouvir Ibéria falar dos anos dedicados de trabalho ao serviço do hotel, seguindo o exemplo do pai. À tarde conheço a engenheira Carina Costa que, também incentivada pelo pai, o responsável pelo jardim, foi estudar para a Terceira, de forma a poder continuar, com a mesma dedicação e entusiasmo, o trabalho do progenitor. Em cada rosto, sucedem-se as histórias e adensa-se a fidelidade. A mesma que, há décadas, contagiou o casal alemão que fez deste o seu destino de todos os verões: “Há dois anos, recebemos uma carta – manuscrita – a dar-nos conta de que a senhora tinha morrido, mas que o marido viria, como sempre”, recorda Carlos Rodrigues. Depois de uma visita fica fácil compreender a decisão. É que voltar ao Terra Nostra, mais do que uma tentação, parece mesmo uma inevitabilidade.

Hotel-paraíso
1 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
2 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
3 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
4 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
5 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
6 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
7 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
8 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
9 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
10 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
11 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
12 de 13 / Hotel-paraíso
Hotel-paraíso
13 de 13 / Hotel-paraíso
As Mais Lidas