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“Eu gosto muito de meninas e não quero ter que lhes bater.” A história sobre violência doméstica que comove Joana Metrass

A atriz contou à Máxima como a educação pode ser a chave de mudança para combater as agressões às mulheres.

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17 de junho de 2020 às 07:00 Aline Fernandez

A mãe de Joana, Célia Metrass, foi uma das primeiras integrantes do Movimento de Libertação das Mulheres, grupo feminista criado em território nacional para lutar pelo direito à igualdade de oportunidades e contra a discriminação de género, a 7 de maio de 1974. "Ela escreveu o primeiro — e por mais de uma década o único — livro sobre aborto em Portugal", diz num tom orgulhoso. A obra, Aborto, direito ao nosso corpo (Editorial Futura), foi publicada em 1975 com uma das fundadoras do MLM, Maria Teresa Horta, e com Helena de Sá Medeiros.

Joana relembra que a mãe viajou pelo país a fazer muitas entrevistas, a falar com mulheres sobre os casos de violência. Crescer com tamanha inspiração reflete em suas escolhas e campanhas solidárias que faz — como bem se vê quem a segue no Instagram. "Um dos projetos que eu mais sonho em fazer é algo como The Handmaid’s Tale, que é uma coisa que toda gente vê e fica chocada e não repara que aquilo é muito inteligentemente escrito", diz Joana e chama atenção: "Não há nada que façam àquelas mulheres — todas aquelas coisas horríveis — que não sejam feitas culturalmente a mulheres ainda hoje nalguma parte do mundo", alerta.

Os números não escondem a gravidade do assunto. Ao longo de 2019, em Portugal, 35 pessoas perderam a vida no contexto da violência doméstica. Entre janeiro e dezembro do ano passado, registaram-se 30 femicídios em situações de intimidade ou entre familiares e, não menos grave, foram registadas 27 tentativas de femicídio. "É sempre o lado privilegiado que tem de falar — e nós já somos mais privilegiadas do que muitas mulheres —, mas temos de falar por elas. Porquê não há nada pior do que as pessoas acharem que não há nada para mudar."

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