As líderes mulheres que estão a “salvar” os países do novo coronavírus
De Angela Merkel na Alemanha, a Sanna Marin na Finlândia passando por Tsai Ing-wen em Taiwan, estas mulheres têm algo em comum: travaram o novo coronavírus a tempo, tomando importantes medidas de prevenção.

Até agora, a Nova Zelândia contabiliza 19 mortes em 1469 casos de infectados com a Covid-19. Jacinda Ardern, primeira-ministra, colocou o país no nível máximo de alerta quando havia apenas seis casos - e explicou porquê. Impôs o autoisolamento a pessoas que entravam na Nova Zelândia e proibiu totalmente a entrada de estrangeiros pouco tempo depois. E todos os neozelandeses que regressam ficam em quarentena em locais designados. Este é apenas um exemplo de uma mulher na liderança a tomar decisões ágeis e inteligentes, mas há outros, como noticia a revista Forbes americana num artigo dedicado ao tema.
É também o caso de Angela Merkel. Apesar de a Alemanha ter 157,770 casos confirmados com Covid-19 ao momento em que escrevemos este artigo, o número de mortes – 5,967 – é comparativamente baixo. A chanceler da Alemanha avisou cedo que o vírus contagiaria cerca de 70% da população. "É sério. Levem isto a sério" antecipou, dirigindo-se aos alemães. E a Alemanha continua a realizar testes (já fez mais de 2 milhões) e a antecipar-se, com planos de abrir a economia a partir desta segunda, 27 de abril, de forma gradual. Apesar de o reputado virologista e aliado do governo alemão nesta área, Christian Drosten, ter revelado que teme uma segunda vaga da Covid-19, em entrevista ao diário The Guardian.

Tsai Ing-wen, a presidente de Taiwan, na China (onde há 429 casos de Covid-19 e apenas 6 mortes) foi das primeiras líderes a alertar que era preciso "paralisar" o mundo, dois meses e meio antes de a pandemia se alastrar pelo mundo. E a OMS não ouvi logo. Em janeiro, Ing-wen decretou 124 medidas de prevenção.
Já na Dinamarca, onde lidera Mette Frederiksen como primeira-ministra, registam-se à data 8,698 casos e apenas 422 mortes desde o aparecimento do primeiro caso – confirmado há precisamente dois meses, no dia 27 de fevereiro. Frederiksen falou ao país cedo, e uma conferência de imprensa teve particular influência nos dinamarqueses. Três dias depois seria a vez de a primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, ter a ideia inovadora de utilizar a televisão para falar diretamente às crianças norueguesas, explicando que seria normal terem medo, respondendo às perguntas dos mais novos numa conferência de imprensa sem adultos. A Noruega contabiliza hoje 202 mortes em 7,527 casos de infetados.
A Islândia, sob a liderança da primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir, está a oferecer testes gratuitos de coronavírus a todos os seus cidadãos. Proporcionalmente à sua população, o país já rastreou cinco vezes mais pessoas do que a Coreia do Sul e instituiu um sistema de rastreio exaustivo que significou que não teve de encerrar ou fechar escolas. À data deste artigo, a Islândia contabiliza 1792 casos e 10 mortos pela pandemia.

Um outro exemplo de liderança positivo é o de Sanna Marin, que se tornou a Chefe de Estado mais jovem do mundo quando foi eleita em dezembro do ano passado, na Finlândia, com apenas 34 anos. Esta jovem finlandesa pôs e imprensa e as redes sociais a alertar para os riscos da pandemia, sendo que hoje o país conta com 4,576 casos de infetados e 190 mortes e está entre os poucos que não precisou de importar material sanitário.
Em Portugal, também a Ministra da Saúde Marta Temido tem dado recomendações de segurança imprescindíveis para conter a pandemia, mostrando serenidade e resiliência, tal como Ana Rita Cavaco, a bastonária dos Enfermeiros. Portugal tem 23,864 casos confirmados e 903 mortes até à data.

As melhores máscaras para se proteger do novo coronavírus
Com a contagem decrescente para o fim do estado de emergência e na expetativa de voltar à rotina, saiba como se deve prevenir.
“Sou humana!” Jacinda Ardern, a líder feminista de que o mundo precisava
Após quase seis anos a enfrentar crises e calamidades de toda a sorte, a primeira-ministra da Nova Zelândia anunciou a renúncia e, diz, não vale a pena especular sobre o real motivo, simplesmente esgotou a energia. A histórica passagem de Jacinda Ardern pela liderança de um país que a amou.