Vampire facial de Kim Kardashian e os casos de VIH. A opinião de uma médica

No início da semana, revelou-se que três mulheres foram infetadas com VIH num spa no Novo México, em 2018, depois de fazerem um 'vampire facial'. A médica Sofia Carvalho esclarece o caso à Máxima.

Foto: Pexels
02 de maio de 2024 às 13:59 Rita Silva Avelar

Depois da notícia, muitas pessoas se perguntam como poderá ter acontecido o processo de infeção. "A transmissão de HIV deu-se através da reutilização de agulhas descartáveis, ou seja, de utilização única", esclarece a médica. "Além disso, constatou-se que houve má gestão de amostras biológicas, como sangue armazenado inadequadamente junto a alimentos. Todas essas negligências proporcionaram as condições perfeitas para a transmissão do vírus entre pacientes."

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O processo é feito da seguinte forma: é extraído sangue de um paciente e, em seguida, "é feita a centrifugação de forma a isolar a parte líquida (Plasma). O plasma é, então, injetado de volta no rosto através de injeções feitas com uma pequena agulha ou um dispositivo com múltiplas micro agulhas", explica Sofia Carvalho. "Uma vez que há manipulação de sangue, além de injeções, existem normas que deverão ser cumpridas para assegurar de forma rigorosa o controle de infeção", adianta. Um médico certificado conhece as normas e tem formação que lhe permite ter uma prática segura."

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O que aconteceu foi um caso de pouca cautela com o sítio onde foi realizado o procedimento. "Quando os pacientes recorrem a profissionais não médicos os riscos para a saúde pública tornam-se sérios", acrescenta a médica. "Neste caso foi uma infeção VIH, mas existem outros riscos inerentes à prática destes profissionais como deformidades, infeções graves dos tecidos e mesmo infeções generalizadas com risco de morte (sépsis)."

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Como saber, assim, onde realizar procedimentos como este? "Este incidente sublinha a importância de escolher profissionais credenciados, em clínicas regularizadas com licenciamento pela Entidade Reguladora da Saúde, optando sempre por profissionais certificados que garantam padrões de segurança e qualidade", conclui Sofia Carvalho. "As consequências de negligenciar as normas de segurança podem ser extremamente graves, comprometendo a saúde dos pacientes. A realização de procedimentos estéticos por profissionais não médicos não qualificados pode resultar em complicações graves e até irreparáveis, colocando em perigo a sua saúde e bem-estar."

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