Os livros da minha vida: A escolha de Isabel Stilwell

Desafiámos alguns escritores portugueses a partilhar as suas escolhas literárias de uma vida. Conheça as de Isabel Stilwell.

Foto: D.R.
24 de setembro de 2020 às 07:00 Rita Lúcio Martins

Mãe e avó, jornalista e escritora, Isabel Stilwell é uma comunicadora nata. Já dirigiu publicações como a revista Notícias Magazine ou o jornal Destak, escreveu livros infantis e romances históricos, alguns deles depressa transformados em best-sellers. É, ainda, cronista do Jornal de Negócios e colaboradora regular da Máxima, onde assina entrevistas e temas de comportamento relacionados com a família - uma das suas áreas de interesse prediletas. Foi também em família que nasceu um dos seus mais recentes projectos, Birras de Mãe, um diálogo digital que Isabel e a sua filha Ana estabelecem em tempos de quarentena e que pode ser acompanhado nas redes sociais ou nas páginas do jornal Público.

 

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Winnie-The-Pooh, de A.A. Milne, Ilustrações de E. H. Shepard

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O primeiro. Todos os dias, depois do banho, ouvia as histórias ao colo da minha mãe. Durante os enjoos incapacitantes da gravidez, leu-mo de novo. E eu li-o aos meus filhos, e eles aos seus. O humor, a inteligência subtil, e a facilidade com que identificamos cada um dos personagens com pessoas que conhecemos, tornam o livro imortal, e para todas as idades. Por favor, não confundir com as versões da Disney – as ilustrações de Shepard fazem parte da magia deste livro.

Os Cinco, de Enid Blyton

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Fizeram de mim uma leitora compulsiva. Alimentaram a minha imaginação — quantos contrabandistas encontrei no meu bairro —, permitiram identificar-me com uma rapariga maria-rapaz como eu, e levaram-me a ler todos os outros da mesma autora.   

A Educação de Eleanor, de Gail Honeyman (Porto Editora)

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É infeliz a tradução do título originalEleanor Oliphant is Absolutly Fine —, e ignore o texto da contracapa, que não compreendo porque foi alterado, mas nada disto deve afastar o leitor de um livro inesperado e extraordinário, um mergulho nos intrincados caminhos da mente de uma mulher,  que nos vão sendo revelados,  devagarinho, com uma subtileza de mestre.

Wolf Hall, de Hillary Mantel (Civilização Editora)

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Quando for grande quero escrever assim! Wolf Hall é o primeiro de três volumes de um romance histórico sobre Thomas Cromwell, primeiro-ministro de Henrique VIII. O segundo, "O Livro Negro" ("Bring Up the Dead") também é muito bom, e depois de uns anos de espera, acaba de sair o último. Marcaram-me. Às vezes nem é a história em si que nos prende, mas a maneira como a conta, e que lhe conseguiu dois Booker Prizes de seguida. Este ano, virá certamente o terceiro.

Quando Nietzche Chorou, de Irving D. Yalom (Saída de Emergência)

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Este foi o primeiro livro que li do psiquiatra e psicoterapeuta Irving Yalom, de que me tornei leitora devota, tanto dos romances (como este), com dos seus livros mais "técnicos". Replico a contracapa: "Friederich Nietzsche, o maior filósofo da Europa, está no limite de um desespero suicida, incapaz de encontrar cura para as insuportáveis enxaquecas que o afligem. Josef Breuer, médico distinto e um dos pais da Psicanálise, aceita tratar o filósofo com uma terapia nova e revolucionária: conversar com Nietzsche e, assim, tornar-se um detetive na sua cabeça."

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