Portugueses “ganham” Óscar por Melhor Documentário
Joana Niza Braga e Nuno Bento, integram a equipa de som do filme Free Solo, que venceu na categoria de Melhor Documentário.
A realizadora do documentário, Rayka Zechtabchi, agradeceu sarcasticamente ao receber o Óscar. "Não estou a chorar porque estou com o período ou algo assim. Não acredito que um filme sobre menstruação tenha ganho um Óscar".
O curta-documentário Período: O Estigma da Menstruação foca-se na revolução feminina contra o estigma da menstruação que persiste nas vilas mais rurais da Índia. As mulheres fazem os seus próprios pensos de cotão reutilizado e biológico, mas sempre evitam serem vistas. Este problema impede que as raparigas tenham uma educação contínua, consigam rezar nos templos e tenham acesso a produtos sanitários básicos. Na índia, cerca de um terço das raparigas faltam à escola quando menstruadas por falta de produtos sanitários básicos.
A curta-metragem de 26 minutos foi filmada na vila de Kathikera, nos arredores de Deli, e foi o projeto de estudantes da Escola de Oakwood em Los Angels – que também lançaram o The Pad Project que se dedica a combater a pobreza relacionada com a menstruação em países em desenvolvimento.
Apesar da grande vitória, há umas semanas atrás a revista The Hollywood Reporter contou que um membro do júri dos Óscares afirmara que não votaria no documentário porque os períodos eram algo nojento para os homens. "[Eu não vou votar no] Período: O Estigma da Menstruação – está bem feito, mas é sobre mulheres a terem o período, e não acho que os homens vão votar neste filme porque é nojento para eles". Felizmente, o prémio de ontem parece ter servido para contrariar essa tendência.
O documentário pode ser visto na Netflix.