Homens são mais vítimas de violência no namoro que mulheres

Estudo nacional mostra que 54% dos jovens já foi vítima de violência no namoro. E ainda que 34% dos inquiridos admite já ter praticado atos de violência.

Homens são mais vítimas de violência no namoro que mulheres Foto: D.R.
14 de fevereiro de 2019 às 11:49 Diogo Barreto

Mais de metade dos jovens portugueses já foi vítima de violência no namoro. Maior parte são jovens, com pouco mais de 20 anos, têm uma educação universitária e os mais velhos são mais propensos a praticar violência do que os mais jovens. As conclusões constam do Estudo Nacional da Violência no Namoro em Contexto Universitário, elaborado pelo Governo em parceria com a Associação Plano i.

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O estudo revela que 54,7% dos participantes já tinha sido vítima de violência no namoro pelo menos uma vez. Entre os inquiridos verificou-se que os jovens do sexo masculino são, em termos relativos, mais vítimas de atos de violência no namoro. 55,3% dos homens inquiridos afirmou já ter sido vítima de violência, enquanto nas mulheres esse valor baixava para os 54,5%. 

34,3% dos inquiridos revelou ter também já praticado um ato de violência contra um companheiro. Neste campo, os homens mostram-se em valor muito superior, com 40,7% a admitir que já haviam praticado um ato de violência, enquanto nas mulheres esse valor baixava para os 32,3%. Isto mostra que, no namoro, os homens são mais vezes vítimas, mas também os que mais praticam atos de violência.

A violência mais vezes verificada no namoro é a de natureza psicológica (insultos, críticas, difamações). Segue-se depois a de pressão social e depois a violência física. Há ainda casos de vítimas de violência sexual, segundo o estudo.

Este relatório mostra ainda que os jovens que praticam e sofrem de violência no namoro têm crenças mais conservadoras do que aqueles que não praticam e não sofrem estes atos. Estas crenças são também mais conservadoras nos homens do que nas mulheres.

Muitos dos inquiridos do sexo masculino mostraram que acreditavam que a mulher devia ter um papel mais caseiro e recatado. 

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