Check-in Livros: Histórias de encantar

Uma dose extra de ficção e fantasia... ou sobre como um livro pode ser o portal perfeito para escapar para uma nova realidade.

Check-in Livros: Histórias de encantar
11 de dezembro de 2013 às 07:00 Máxima

Tiago R. Santos, Escritor

Foi jornalista na Focus, estudou guionismo em Nova Iorque, escreveu argumentos de filmes como Call Girl ou A Bela e o Paparazzo e de séries televisivas como Conta-me como Foi, ou Liberdade 21. A Velocidade dos Objectos Metálicos (Clube do Autor) é o seu primeiro livro.

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O medo, a violência, a vertigem do abismo. Quando é que percebeu que o livro passaria por aqui?

Quando o terminei. Achei que, para primeiro romance, fazia sentido, quase como decidir que, se vou contar uma história, o melhor é começar do início. Só depois de escrever a última linha e o mostrar a alguns amigos é que tive consciência de que o tom se tornou esse: negro, violento e sempre a correr na direção desse abismo que nos atrai. 

 

O Tiago é jornalista, guionista. Como foi a aventura do primeiro livro?

Foi libertador, até determinado ponto. Porque tive a oportunidade de escrever apenas para mim, sem a preocupação de ir ao encontro das expectativas de um realizador ou de um produtor. Talvez por isso, a voz do livro se tenha afastado tanto daquilo que é um guião, como a utilização constante da voz interior das personagens e uma escrita bastante mais fluida. Mas confesso que recorri também a algumas ferramentas que aprendi a dominar. Segui, no fundo, o conselho de Tchekhov: " Se vais mostrar uma pistola no primeiro ato, é importante que a dispares no segundo". 

 

"O mundo dos adultos não é feito para crianças." E o contrário aplica-se?

É possível, mas não é fácil. Há demasiadas deceções, mágoas e cicatrizes na fase adulta e a capacidade de nos maravilharmos vai desaparecendo. Mas acho que o segredo é estarmos atentos. Porque há momentos e pessoas que ainda possuem essa capacidade de nos fazerem sentir como se tivéssemos descoberto um segredo que mais ninguém sabe. Tudo o que precisamos de fazer é identificá-los no meio de tudo o resto que nos preocupa, deprime e consome. Não, não é fácil, mas é possível. Gosto de pensar que sim, pelo menos.

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2 de 6 / O talento do autor espanhol fica uma vez mais evidente num romance que embarca num transatlântico rumo às ruelas de Buenos Aires. Mecha e Max são os protagonistas de uma paixão vivida entre o esplendor e a decadência da Europa do século XX.
3 de 6 / Corrupção política, segredos familiares, demónios pessoais: são algumas das camadas deste policial psicológico desenvolvido no Portugal contemporâneo.
4 de 6 / O novo romance de Zadie Smith foca-se no bairro social de Caldwell e em quatro londrinos que, chegados à vida adulta, procuram romper com este cenário de infância.
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5 de 6 / É a proposta da Bocca, uma editora especializada em audiolivros. Numa edição dedicada à magia, não podiamos deixar de assinalar a mais recente entrada de um vasto catálogo: a edição dos 35 contos dos irmãos Grimm. Integrado na coleção HOT - Histórias Oralmente Transmissíveis, o audiolivro desta antologia, publicada em 1812, resulta da adaptação da primeira edição portuguesa completa de Contos da Infância e do Lar (Círculo de Leitores/Temas e Debates, 2012). O CD conta com 35 faixas de 120 minutos. www.boca.pt
6 de 6 / A Pequena Sereia. A Branca de Neve. O Patinho Feio. Três das muitas histórias que nos preenchem o imaginário, três dos 23 contos de The Fairy Tales of Hans Christian Andersen, livro editado por Noel Daniel e publicado pela Taschen. Além das magníficas histórias de encantar, o livro compila ilustrações realizadas em épocas distintas (de 1840 a 1980) e assinadas por artistas de diferentes nacionalidades como Kay Nielsen, Arthur Rackman, Tom Seidmann-Freud ou Lotte Reiniger. Pensada para leitores de todas as idades - na verdade, é a leitura perfeita para fazer em família -, esta obra é um excelente portal de entrada no universo do autor dinamarquês, com as introduções sobre cada conto a potenciarem a compreensão de todo o seu imaginário.
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