Coletivo: um novo berço para a música portuguesa

O clube lisboeta Musicbox desafiou seis editoras independentes a criar projetos que celebram os músicos portugueses no meio da crise artística (e global) que hoje atravessamos.

Foto: Musicbox
06 de agosto de 2020 às 08:00 Vitória Amaral

A situação epidemiológica que o mundo atravessa refletiu-se nos setores ditos essenciais da economia portuguesa, devastando especialmente a área da Cultura e das Artes e colocando a esmagadora maioria dos seus trabalhadores em dificuldades. Assim surge, mais do que nunca, a necessidade de estreitar laços e de apoiar e preservar a indústria musical, uma missão que o clube Musicbox quer apoiar através deste novo Coletivo. A iniciativa tem como ponto de partida as editoras de música independentes e ponto de chegada o próprio clube lisboeta (quando tal for possível).

Inaugurado em 2006, o Musicbox assume-se como um híbrido entre sala de espetáculos e lugar de dança, fruto do trabalho da CTL- Cultural Trend Lisbon, dedicado à gestão e produção de conteúdos culturais autossustentáveis, independentes e multidisciplinares. Neste ambiente eclético característico do Musicbox surge o Coletivo como um meio de incentivar a criação artística e o trabalho em conjunto, no enquadramento dos apoios extraordinários criados pelo Município de Lisboa com o objetivo de apoiar os profissionais do setor das artes e a programação cultural da cidade. Com o apoio do Fundo de Emergência Social- Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, este irá viabilizar projetos originais das editoras portuguesas Cuca Monga, CelesteMariposa, Discotexas, Loves & Lolllypop, Monster Jinx e Omnichord Records e seus respetivos artistas. Até à apresentação do espetáculo ao vivo, todo o processo de criação vai ser acompanhado e documentado, gerando diferentes conteúdos audiovisuais que serão divulgados nas redes sociais. Eis o que sabemos até agora sobre os projetos de cada editora:

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A CelesteMariposa, criada pelo produtor e DJ Wilson Vilares, irá apresentar Lisboa Crioula, uma compilação de edições suas de temas de música dos PALOP que ganha vida em palco com banda.

A Cuca Monga, por sua vez, reuniu os seus 20 músicos para criar um disco à distância, que deu origem a Cuca Vida, um espetáculo original que eventualmente levará ao palco a partilha de experiências entre os músicos da editora durante a quarentena.

A editora de Barcelos Lovers & Lollypops convidou seis músicos de seis localidades diferentes para formarem a Banda Clube L&L composta por artistas como Ariana Casellas (Sereias), Rafael Ferreira (Glockenwise), Rodrigo Carvalho (Solar Corona), entre outros, cuja colaboração virtual com o artista multimédia Serafim Mendes resultará num disco e concerto.

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Os artistas da Discotexas, editora de música de dança criada por Moullinex e Xinobi, vão apresentar a criação Instituto Superior Techno, projeto que nasceu durante a quarentena como mesa redonda de artistas com afinidades estéticas e humanas que ganhará vida num espetáculo "a várias mãos".

A editora e crew de hip hop Monster Jinx vai formar um quinteto de produtores e instrumentais (Monster Jinx Type Beat, composta por Maria, MAF, DarkSunn, SlimCutz e Vasco Completo) para recriar algumas das faixas mais icónicas da editora e apresentar temas originais que sirvam de banda sonora a futuras festas organizadas pela editora.

Por último, a editora leiriense Omnichord Records vai homenagear Reinaldo Ferreira (Repórter X) ao criar e tocar ao vivo uma banda sonora do filme mudo "Rita ou Rito?" (1927) o primeiro a abordar a temática do travesti.

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Pode acompanhar de perto estes projetos nas redes sociais do Musicbox ou saiber mais em musicboxlisboa.com

Foto: Musicbox
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