Mais consensuais ou mais inesperados, próximos ou longínquos, para uma escapada de fim-de-semana ou para a viagem de uma vida. Saiba quais são os dez destinos a explorar em 2019.
28 de dezembro de 2018 às 07:00 Rita Lúcio Martins
Arles, FrançaEm 2019 esta comuna francesa será um dos destinos culturais incontornáveis na Europa, mas a sua aura artística vem de longe. Afinal, foi aqui que Vincent Van Gogh viveu entre 1888 e 1889, tendo ao longo destes dois anos criado mais de 300 obras, entre elas algumas das mais icónicas do seu espólio. Este legado é homenageado e protegido na Foundation Vincent Van Gogh, criada em 2014 pelo filantropo Luc Hoffman. Hoje, é a filha de Hoffman que prossegue este trabalho, tendo criado o Parc des Ateliers, um vasto campus artístico, integrado no Luma Arles. Inaugurado por fases, este centro de artes estará finalizado apenas na Primavera 2020 (data de conclusão da impressionante torre de alumínio desenhada por Frank Gehry), mas conta já com um calendário de atividades bem preenchido. Entre as novidades contam-se ainda a inauguração do edifício da Escola Nacional Superior de Fotografia (em setembro), a reabertura do Museu Arlatan (em dezembro) e o novo hotel Le Collatéral, instalado numa igreja medieval e com um dos quartos inspirados pelo famoso quarto que Van Gogh imortalizou numa das suas obras mais populares.
Berlim, Alemanha2019 será um ano de celebração na capital alemã. Além do 30º aniversário da queda do Muro de Berlim, que não só uniu a cidade como a transformou numa das mais efervescentes e trendsetters metrópoles europeias, assinala-se ainda o centenário da fundação da escola Bauhaus, um dos mais importantes movimentos artísticos do design moderno. Além do Bauhaus Festival, que acontece logo em janeiro, entre os dias 16 e 24, na Akademie der Künst, vale a pena cruzar a data da sua viagem com o extenso calendário de festividades (disponível em bauhaus100.de) e, claro, (re)visitar locais incontornáveis desta herança artística, que são também parte do património da Unesco da cidade, como a famosa casa de Mies van der Rohe.
Copenhaga, DinamarcaCom uma energia sempre especial, a capital da Dinamarca é uma daquelas viagens que apetece repetir com regularidade. A dimensão da cidade, perfeita para explorar em estadas curtas e o lifestyle family friendly tornam-na perfeita também para quem viaja com crianças (importa lembrar que os Jardins do Tivoli oferecem um sem número de diversões, naquele que é o segundo parque de diversões mais antigo do mundo). No próximo ano está também prevista a reabertura do Museu de Copenhaga, com um olhar ainda mais apurado na História e Arquitetura da cidade. Aproveite ainda a viagem para visitar o novo Noma (o restaurante está agora alojado num espaço projectado por Bjarke Ingels) e novas moradas como o Hotel Ottilia, instalado na antiga cervejaria da Carlsberg.
Novi Sad, SérviaDestinos mais improváveis são, muitas vezes, sinónimo de viagens inesquecíveis. Tantas vezes ofuscada pela capital Belgrado, Novi Sad (Novo Jardim, em sérvio) tem despertado curiosidade e interesse, sobretudo de quem prefere as viagens culturais. À cabeça da lista de atracções encontra-se o Exit Festival que, este ano, decorre entre os dias 4 e 7 de julho na Cidadela de Petrovaradin (recentemente renovada). Com mais de quarenta palcos espalhados por toda a fortaleza, o Festival atrai pessoas de todo o mundo, tendo já sido considerado como um dos Melhores Festivais de grandes dimensões. A cidade, que vive debruçada sobre o rio Danúbio, tem assistido ainda à reinvenção de alguns bairros, caso de Chinatown, que a Lonely Planet destaca como um dos mais incontornáveis no momento graças à sua energia criativa e alternativa. Importa ainda acrescentar que, no próximo ano, Novi Sad será Capital Europeia da Juventude e, em 2021, Capital Europeia da Cultura – provas da sua incansável vitalidade.
Matera, ItáliaÉ sempre estranho ouvir falar em "regressos" quando o assunto é uma cidade, mas a verdade é que Matera é um destino quase consensual nas várias listas que a imprensa de viagens tem alinhado para 2019. No centro de todas as atenções descobre-se o Sassi di Matera, o impressionante centro histórico escavado na pedra, classificado Património Mundial da Unesco em 1993 e progressivamente recuperado nos últimos anos, servindo hoje de morada a novos hotéis de charme como o Sextantio Le Grotte della Civita, membro dos Design Hotels. O charme desta cidade do sul de Itália é intemporal (recorde-se que foi escolhida por Mel Gibson para aí filmar a Paixão de Cristo, filme de 2004), mas em 2019 tem um fator de interesse acrescido: será Capital Europeia da Cultura. A cerimónia de abertura acontece logo a 19 de janeiro, com as festividades a prolongarem-se ao longo de todo o ano.
Um extra: o Palazzo Margherita, o charmoso hotel do realizador de cinema Francis Ford Coppola, fica a uma curta distância (de carro).
Havana, CubaO regresso da capital cubana ao radar dos destinos mais trendy já se fez há algumas temporadas (o desfile da Chanel em Havana em 2016 ainda está bem fresco na nossa memória), mas em 2019 há ainda mais razões para voltar a esta bela cidade suspensa no tempo. Afinal, é este o ano em que se assinalam os 500 anos da fundação de Havana e, entre passeios no Malecón e jantares nos Paladares, há todo um calendário de festividades para explorar. É também com esse espírito de curiosidade e celebração que vale a pena partir na direção de outros destinos: para quem gosta de praia, Cayo Coco e Cayo Guillermo, são uma boa alternativa a Varadero; para os amantes de património e História, Trinidad, cidade fundada em 1514, surpreende por ser a mais bem preservada do país.
ÍndiaPela história, pela cultura, pela religião, pela diversidade, pela natureza, pela gastronomia, e por uma série de outras razões, a Índia é sempre um destino a ter em conta mas, em 2019, conta com argumentos especiais. Este será o ano em que se celebram os 150 do nascimento de Gandhi, estando previstos vários momentos de celebração (o Governo criou um comité que se encarregará das festividades, bem como de outras iniciativas, que podem ser consultadas em www.gandhi.gov.in). Além do incontornável Taj Mahal (agora ainda mais brilhante depois de um prolongado período de limpeza da sua cúpula) vale a pena visitar o menos óbvio Parque Nacional Kaziranga, casa dos rinocerontes asiáticos.
MarrocosÉ todo um novo mundo, mesmo aqui ao lado (com a vantagem de parecer cada vez mais próximo já que os voos diários disponíveis ligam os dois países em menos de duas horas). Além do exotismo de Marraquexe, conta com outra paragem obrigatória: Ouarzazate, no sul, também conhecida como a Porta do Deserto. Destaque ainda para Ait Ben Haddou, uma cidade fortificada aninhada numa colina do sopé do Alto Atlas, à beira do rio Unila. É o sítio certo para fazer reset e acertar o relógio biológico, ao ritmo dos fabulosos nascer e por do sol.
SingapuraA meio caminho entre a Malásia e a Indonésia, a cidade-estado de Singapura acaba por ser olhada mais como uma escala do que um destino per se. A verdade é que é uma das cidades mais modernas e eficientes do mundo - e, depois do sucesso de Crazy Rich Asians, prevê-se que possa vir a ser olhada e visitada de forma diferente, ainda mais este ano, em que se celebram os 200 anos da sua fundação. Formada por 63 ilhas, com uma identidade entre o colonial e o futurista, soube preservar a sua área verde, formada por parques e reservas naturais, mas também tem vindo a crescer territorialmente, graças ao terreno conquistado ao mar. Com várias ilhas privadas nas suas imediações, ocupadas por resorts paradisíacos (Cempedak, a 91 km de Singapura, é um dos mais impressionantes), Singapura conta com moradas de charme como o Raffles Singapore, hotel que reabrirá em Agosto de 2019, depois de uma remodelação assinada por Alexandra Champalimaud.
PanamáConhecido pelo famoso canal, o Panamá não será um destino estranho para os amantes da praia, no entanto, a sua costa caribenha tem sido bastante mais explorada do que a costa do Pacífico, onde ainda se descobrem pérolas de tranquilidade como a Península Azuero, com a sua Playa Venao, um dos spots do momento, sobretudo para amantes do surf. Na zona oeste do país, o Golfo de Chiqriquí aloja um parque nacional com 25 ilhas e 19 recifes de coral onde ainda é possível encontrar hotéis remotos e sentir o pulsar intocado da natureza. Se estes são argumentos de peso para umas férias demoradas, a efeméride dos 500 anos de História, a celebrar no próximo ano, só acrescenta cor ao destino.
Na Finlândia, ao largo do mar Báltico, encontra-se a SuperShe, uma ilha paradisíaca... interdita a homens. Apenas um punhado de mulheres influentes, cosmopolitas e escolhidas a dedo viajam até lá para recarregar baterias, reativar o seu empowerment e cultivar um feminismo poderoso: reflexo da época do #MeToo. Uma caricatura do wellness ou um verdadeiro impulso espiritual? Uma viagem exclusiva ao país das neo-amazonas.
Este é o programa ideal para quem quer inovar, para os que procuram cozinhar sem complicações ou os que querem simplesmente ser criativos de forma simples e prática.