Lizzy Hadfield: “Gosto de vestir o mesmo todos os dias”
Com um olhar tranquilo e uma abordagem honesta à moda, Lizzy Hadfield tornou-se uma referência do estilo consciente. Entre a leitura, a rotina criativa e a vida nas grandes cidades, encontra inspiração nos detalhes e transforma a simplicidade numa assinatura pessoal.
Com mais de uma década de presença no universo digital da moda, Lizzy Hadfield conquistou um lugar de destaque pelo estilo minimalista, andrógino e cuidadosamente pensado. Natural de Leeds, no norte de Inglaterra, é criadora de conteúdos, autora do influente blog Shot from the Street e colaboradora de marcas como Gucci, Levi’s e NET-A-PORTER. Hoje, vive entre Londres e Nova Iorque, onde partilha uma visão de moda que alia estética e propósito. Como uma das Mango Girls, Lizzy personifica a elegância descontraída da marca, equilibrando praticidade e sofisticação com uma autenticidade que inspira. Nesta conversa, fala-nos sobre a evolução do seu estilo, o poder da leitura e a importância de encontrar beleza na simplicidade do quotidiano.
Como descreverias o teu estilo atual em poucas palavras?
Minimalista, andrógino e intencional. Gosto da ideia de vestir praticamente o mesmo todos os dias, mas que tudo assente perfeitamente, seja feito com bons tecidos e se mova bem no meu corpo quando estou em movimento.
O teu estilo evoluiu bastante ao longo dos anos – o que achas que influenciou essa mudança?
Viver em cidades! Sou do norte de Inglaterra e, quando vivia em Leeds, o meu estilo pessoal era muito mais glamoroso. Saíamos com vestidos minúsculos e saltos altíssimos. Tinha carro, por isso podia conduzir para todo o lado e usar coisas completamente impraticáveis. Viver em Londres e Nova Iorque fez-me caminhar muito mais e depender dos transportes públicos – encontrar uma forma de me vestir com estilo e praticidade mudou completamente o meu estilo pessoal.
Há uma peça essencial de guarda-roupa à qual voltas sempre?
Jeans. Sempre!
Qual tem sido a parte mais desafiante de fazer da moda e da criação de conteúdo a tua carreira?
Lidar com bloqueios criativos. Ou aqueles momentos em que detestas todo o teu guarda-roupa (acho que acontece a toda a gente, por mais roupa que se tenha). Encontrar formas de manter a inspiração e continuar a partilhar o que estás a usar nessas fases é um verdadeiro desafio. Precisamos de espaço para fazer reset e não pensar no assunto, mas isso é difícil quando o teu trabalho depende precisamente disso.
Quando é que começou a tua relação com a Mango?
Em 2022. Três anos maravilhosos!
Como descreverias o que é ser uma “Mango girl”?
É divertido! Tenho a oportunidade de ir a eventos incríveis. O universo da Mango é enorme, e adoro a forma como produzem as campanhas e o e-commerce. Sempre que recebo os lookbooks mais recentes, fico imediatamente inspirada.
Ao longo desta jornada, o que aprendeste de mais significativo sobre ti própria?
Percebi o quão auto-motivada sou. Nunca tenho dificuldade em levantar-me e começar o meu dia, e sou muito grata por isso.
O que mais gostas na tua rotina neste momento?
Tenho acordado cedo para ler durante cerca de 30 minutos antes de fazer qualquer outra coisa – e adoro. Ajuda-me a entrar no dia de forma tranquila e a despertar a mente.
O que te tem inspirado ultimamente – seja na moda ou fora dela?
Li recentemente Rebecca, de Daphne du Maurier, e vi uma entrevista antiga da BBC com ela em casa. Estava a usar uma camisola azul maravilhosa, e não consigo parar de pensar nela.
O que te inspirou originalmente a criar o teu clube do livro?
Mudar-me para Nova Iorque e querer conhecer novas pessoas, ligando-me a elas através do amor pela leitura. Os leitores apaixonados adoram falar sobre livros! E há tantos por descobrir – as recomendações pessoais são, sem dúvida, a melhor forma de expandir os nossos horizontes literários.
Há algum livro que tenha realmente mudado a tua forma de pensar?
Não consigo escolher apenas um – são muitos. Leio sobretudo ficção, e há inúmeros momentos em que uma personagem expressa algo que eu própria já senti, dando-lhe um novo significado. Acredito que ler ficção é, na verdade, mais revelador e útil do que qualquer livro de autoajuda. Também se aprende imenso. Neste momento estou a ler um romance de Louise Erdrich – ela escreve sobre nativos americanos e é Ojibwe. Tenho aprendido tanto sobre a experiência dos nativos americanos na América contemporânea! Essa experiência de aprendizagem, com qualquer romance que explore um povo, uma cultura, um género ou uma época diferente da nossa, tem a capacidade de transformar a forma como pensamos.
A leitura influencia a tua criatividade ou o teu estilo pessoal?
Sim! Nunca uso malas pequenas durante o dia – nunca saio de casa sem um livro.
Um livro que recomendas a toda a gente?
The Sea, The Sea, de Iris Murdoch.
E finalmente: se tivesses de usar uma única combinação de roupa para sempre, qual seria?
Jeans de corte direito em ganga índigo, uma camisola azul-marinho, um casaco comprido preto de lã ligeiramente oversized e botins Chelsea rasos em verniz preto. Com uma boa mala de pele e óculos de sol estilo aviador.
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