Vestir como Vicky Montanari na nova coleção da Parfois
A marca portuguesa lança uma coleção cápsula assinada pela criadora de conteúdos, resultado de dois anos de trabalho conjunto. A proposta revisita a estética dos anos 60 e a Máxima foi conversar com Vicky Montanari para saber mais.
Há colaborações que nascem do acaso e há outras que resultam de relações cultivadas, de confiança e de diálogo. A coleção cápsula que une a Parfois à criadora de conteúdos Vicky Montanari é um exemplo claro da segunda hípotese. “Eu acho que o convite foi fruto do trabalho que nós fizemos juntos nos últimos dois anos”, partilha Vicky com a Máxima. A ligação começou pouco tempo depois de ter iniciado o seu percurso no digital e, desde então, foi crescendo ao ritmo de campanhas e projetos que cimentaram uma linguagem estética e uma sintonia criativa.
Agora, essa relação revela-se numa coleção que celebra moda, humor e expressão pessoal. Fotografada em Milão, a campanha apresenta-se como uma viagem ao universo da Vicky — um lugar na qual a criatividade se cruza com a espontaneidade, a imperfeição torna-se encanto e vestir é um ato de brincar consigo mesma.
O ponto de partida criativo foi claro: a energia jovem da segunda metade dos anos 60. “É um movimento da moda com o qual eu me identifico muito”, diz a criadora de conteúdos. Mini-vestidos, silhuetas geométricas, um toque de rebeldia, mas tudo filtrado através de um olhar atual. “Foi um encontro de almas: o que eu gostava, o momento da moda e o que a Parfois também queria fazer.” O resultado são mais de 40 peças, em que o quotidiano ganha atitude: vestidos curtos com botões oversized, casacos de pele com um toque divertido, malas em color block e sabrinas mary jane. É um híbrido entre elegância e conforto, como define a própria criadora.
As cores foram um dos elementos em que Vicky teve direção mais assertiva. Nada de néons ou contrastes agressivos, aqui, as tonalidades são vivas, mas suavizadas, criando harmonia entre si. Castanho, vermelho e azul-claro surgem combinados com neutros que aquecem o olhar. “Eu sou muito específica dentro dos tons que eu gosto. Acho que fazem toda a diferença. São cores que conversam entre elas e que me fazem sentir confortável. São os tons da minha casa, das roupas que eu já uso.” Até os interiores das malas e o forro dos sapatos surgem em azul, um detalhe pensado para unir toda a coleção.
O toque é tão importante quanto a forma. Vicky assume uma preferência por tecidos estruturados: “Eu normalmente gosto de vestir tecidos duros, não sou muito do fluído.” Daí o couro, as calças rígidas, as malhas que acompanham o outono. Ao mesmo tempo, há humor e surpresas - colheres e garfos transformados em joias escultóricas, cintos com pequenos elementos divertidos, collants estampados que dão aquela “pequena rebeldia” ao conjunto.
A propósito dos pormenores, Vicky recorda uma viagem recente ao Japão e à Coreia. Conta, “foi um momento muito decisivo para a mudança de algumas coisas na coleção. Eu ficava louca com as referências e mandava fotografias o dia inteiro.” Daí surgiram botões exagerados e de várias cores, acabamentos inesperados e um cuidado quase afetivo com cada peça.
Três palavras que, segundo Vicky, definem esta coleção? Versátil, porque é feita para mulheres com estilos e vidas diferentes. Funky, porque há sempre espaço para brincar - seja num padrão, numa fivela ou num acessório. Classy, porque a elegância está sempre lá, mesmo quando é descontraída.
A Parfois tem vindo a reforçar o cuidado na escolha dos materiais e aqui não foi diferente. A marca procurou equilibrar durabilidade e acessibilidade: há malhas em 100% lã, couro com um preço competitivo, e blends que garantem conforto e resistência. “Eu tenho bastante atenção aos materiais”, afirma Vicky, reconhecendo também a importância de respeitar o posicionamento da marca.
No fim, esta colaboração resume-se na forma como usamos a moda como ferramenta de autoexpressão, sem medo de exageros suaves, pequenos brilhos ou humor elegante. Uma coleção que convida a olhar o espelho com leveza, curiosidade e um toque de ousadia. Porque vestir-se pode -e deve - ser divertido.
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