Festa marcada, closet vazio? 5 marcas portuguesas que tornam o aluguer irresistível
Entre convites que pedem "algo novo" e a vontade de consumir melhor, o aluguer de vestidos tornou-se a forma mais elegante de brilhar sem pesar na carteira, nem no planeta. Em Portugal, cinco marcas lideradas por mulheres estão a provar que estilo, sustentabilidade e serviço personalizado podem (e devem) andar de mãos dadas.

Com convites que chegam em série e feeds preenchidos por looks irrepreensíveis, a pressão para “levar algo novo” a cada ocasião especial continua real - e pouco amiga do ambiente (e da carteira). A boa notícia? O aluguer de vestidos deixou de ser uma solução de nicho para se tornar uma escolha informada, sustentável e, sobretudo, desejável. Em Portugal, multiplicam-se os projetos que combinam curadoria exigente, serviço personalizado e um compromisso claro com a circularidade. Fomos ouvir cinco fundadoras que, de dentro do closet e com muito estilo, estão a redefinir a etiqueta do vestir: experimentar, partilhar, devolver e brilhar.
La Fripe C’est Chic
Carolina Lains Canas trouxe para a La Fripe C’est Chic a escola prática de anos como stylist e produtora de moda: “Sempre me interessou a individualidade de cada estilo e de cada pessoa.” A marca nasce de um gesto simples - dar destino ao “excesso” do próprio armário - e transforma-se num serviço com acompanhamento próximo: “Sendo stylist, acompanho cada cliente desde a primeira visita até ao momento em que usam o vestido. Este aconselhamento é gratuito e faz parte do serviço.”
O nome vem do francês (fripe significa roupa em segunda mão) e resume a tese da casa: usado também é chique. Na Fripe, a variedade vive da curadoria: tamanhos do XXS ao L e um leque de designers internacionais - de Paco Rabanne e Óscar de la Renta a Emilio Pucci, Missoni, Zimmermann ou Simon Miller - que raramente chegam ao público fora do circuito das celebridades. Como explica Carolina, a missão passa por “democratizar esse acesso e dar a qualquer pessoa a oportunidade de usar exatamente as mesmas peças que já foram escolhidas e vestidas pelas suas referências e ídolos”. É moda circular, sim, mas com olho clínico de stylist e proximidade de “mensagem de WhatsApp”.

Rent-a-Char
Criado por Carlota Loureiro (a “Char” do nome) em 2021, o Rent-a-Char parte de uma ambição clara: alinhar sustentabilidade e economia com a vontade - tão humana - de ter “o outfit certo para a ocasião certa”. Nas palavras da fundadora, “Em Portugal é a marca pioneira no mercado de aluguer de vestidos”, afirmação sustentada por uma comunidade fiel e crescente onde cabem clientes, influencers e atrizes.
A oferta impressiona em volume e história: são mais de 400 vestidos, do vintage herdado da avó a modelos únicos feitos por modistas portuguesas. Há ainda um trunfo pouco comum - acessórios para compor o look completo (carteiras, chapéus…) e até uma Ski Collection para aventuras na neve. O modelo é simples: “Há opções para todos os tamanhos, sendo que apenas existe um tamanho de cada vestido.” Tradução: exclusividade por peça, elevada rotação e a emoção de descobrir o tal.

Sfilata
Duas irmãs, Sofia d’Orey e Vera d’Orey, perceberam na própria pele o paradoxo da festa: o armário cheio e a sensação de “não ter nada para vestir”. Daí nasceu a Sfilata (desfile, em italiano), pensada para que “cada cliente se sinta como se estivesse numa passerelle, confiante e deslumbrante”. A coleção começou, em março deste ano, com as peças das próprias fundadoras e tem crescido ao ritmo do feedback de quem experimenta.
O foco é nítido: vestidos de festa que vão do clássico ao contemporâneo, sempre com atenção à qualidade do tecido e à arquitetura do corte. As opções de tamanhos giram maioritariamente em torno do S e M, mas com um cuidado especial na versatilidade: elásticos, fechos estratégicos e modelagens que adaptam a peça do XS ao L em alguns casos. “É fundamental que todas as mulheres, independentemente do corpo, possam sentir-se incríveis”, sublinham. O resultado é uma curadoria que privilegia a elegância funcional: vestir-se bem, sem amarras.

WAWWW Closet
Joana Miranda transformou o “peso na consciência” de ter demasiados vestidos numa plataforma de partilha com propósito. WAWWW é acrónimo de We Are(n’t) What We Wear e a filosofia está à vista: “Embora a roupa seja uma das nossas paixões, continuamos a defender que valemos mais pelo que somos.” O closet, nascido durante a pandemia e apresentado ao mundo em 2021, conjuga peças intemporais, vintage de qualidade e criações da própria marca WAWWW (vestidos feitos ou transformados in-house).
A oferta atravessa do cocktail à gala, do clássico ao arrojado, com forte influência da moda espanhola e um rol de etiquetas que vai de MATTUÎ, Lady Pipa, Sézane e An&Be a marcas portuguesas como INDI Lisbon e FV the brand. O serviço completa-se com aconselhamento personalizado - hoje com uma Personal Stylist dedicada - e um objetivo assumido de democratizar tamanhos: começaram com predominância de S e M (o espelho do closet de origem), mas a variedade tem vindo a aumentar para que “o futuro seja o mais democrático possível”.

XAPICA
O nome XAPICA condensa a amizade de Alexandra Filipa (Xana Pipa) e Carlota, e um episódio que ficou para a história (e para o logótipo): “Na sessão fotográfica uma de nós foi picada por uma abelha”. Entre risos, fica a intenção séria: dar vida aos vestidos parados no armário — “tão giros” que não se quer vender — e colocá-los a circular.
A curadoria cruza high-street e indie: Farm Rio, Lagaam, Zara, Mango, Sfera, Maje, Tema, Baymo, peças vintage e outras descobertas. A marca abriu portas a 1 de maio e aposta em S e M como base, com modelos “bastante adaptáveis a todos os corpos”. É um projeto jovem, fresco e com um ADN descontraído que promete crescer com a comunidade.

Para lá do óbvio, poupar em peças tipicamente usadas uma ou duas vezes, o aluguer traz benefícios concretos: reduz o desperdício, prolonga a vida útil dos vestidos e democratiza o acesso a marcas e materiais de qualidade superior. O efeito colateral é feliz: mais experimentação (cores, cortes, padrões) e menos culpa.

Guerra e paz: a moda além do sentido estético
A designer francesa Marine Serre apresentou uma coleção cápsula chamada "Paz", com representações dos conflitos no Congo, no Médio Oriente e no Sudão. Como se exprime a moda perante a guerra? O Dicionário de Estilo tenta responder.
As mulheres com mais de 50 anos vão adorar este vestido da Zara
Cássico, confortável a assenta em todos os sítios certos. Está disponível em cinco tons nas lojas da cadeia da Inditex, com detalhes confortáveis para usar com confiança do do dia até à noite.
10 sapatos de noiva em branco. Do clássico ao inesperado
Do cetim perolado aos tons marfim e gelo, reunimos alguns pares que celebram o branco em todas as suas nuances. Há opções para quem sonha com elegância intemporal e sugestões para quem quer surpreender com um toque moderno.
Os melhores looks que as famosas portuguesas usaram para os casamentos deste verão
Não são só as noivas que se vestem para encher os olhos quando se dá início à época dos casamentos. A Máxima reuniu alguns dos looks que mais se destacaram no Instagram entre as convidadas das bodas desta época.