Moda / Tendências

A Gucci celebra 100 anos com uma experiência imersiva

Para assinalar a data, a marca italiana apresenta uma exposição no Gucci Garden, em Florença, que explora de forma original as campanhas da casa dos últimos seis anos, sob a visão criativa de Alessandro Michele.

21 de maio de 2021 Fabiana Ramos

Alessandro Michele é perito em dar asas à sua imaginação e o centenário da marca italiana não poderia ser exceção. Gucci Garden Archetypes é uma exposição que está patente nos Gucci Gardens, no Palazzo della Mercanzia (berço do Museu da Gucci em Florença) que promete ser uma experiência imersiva e multissensorial, num jogo de cores e dimensões que se inspira nas últimas campanhas da marca e na sua história. Para dar início à comemoração do centenário da marca italiana, Alessandro Michele, diretor criativo desde 2015, apresentou a coleção Gucci Aria Outono-Inverno 2021/22, em abril passado.

O diretor criativo Alessandro Michele
O diretor criativo Alessandro Michele

Numa conferência de imprensa recente, o designer descreveu a experiência da exposição como um "recreio de emoções". Através das salas labirínticas do museu e respetivas instalações com um toque cinematográfico, Alessandro Michele quer dar-nos um lamiré das suas fantasias desenfreadas e divertidas, e da sua audácia narrativa, que se desconstrói da Moda para as Artes.

Nesta mostra procuram demonstrar-se as fontes de inspiração da Gucci, através de 15 campanhas simbólicas, com curadoria entregue a Maria Luisa Friza. Entre elas, destaca-se a campanha pre-fall 2018, desconstruída através de graffitis, inspirada na juventude parisiense de 1968.

Sala da exposição Gucci Garden Archetypes
Sala da exposição Gucci Garden Archetypes

"Estes últimos seis anos e meio têm sido uma espécie de viagem psicanalítica", explica Michele, em retrospetiva. "Tem sido como escavar fundo, como se eu tivesse de investigar o inconsciente da marca extensivamente mas sem nostalgia" explica, citado pela Vogue britânica. "Preciso de me sentir constantemente desafiado e um pouco desconfortável". Tudo o que fizemos não foi por sermos complacentes, nasceu de uma espécie de desconforto" confessa, sobre as criações dos últimos anos para a Gucci.

De acordo com o diretor criativo da marca, pretende-se que a exibição possa chegar a outros públicos mesmo que distantes da Moda. "Provavelmente ajudámos a detonar algo realmente poderoso e inconsciente que já existia. Como no processo psicanalítico, algo que já existe mas do qual não se tem consciência", afirmou Michele, referindo-se ao lado imersivo e multissensorial da exposição. "Para mim, a Moda narra o momento exato por que estamos a passar; contém obviamente a semente do futuro, porque o presente é o único futuro possível que conhecemos" diz ainda. "O grande poder da Gucci é que tem sido capaz de incluir e canalizar o ponto de vista emocional de uma enorme variedade de pessoas. É algo que é quase mágico" acrescenta. Diversidade e multiculturalidade para todas as gerações.

Sala da exposição Gucci Garden Archetypes
Sala da exposição Gucci Garden Archetypes

Para além da exposição física, haverá uma visita virtual da Archetypes que estará disponível durante as próximas duas semanas no site da Gucci, a partir de 17 de maio. A próxima coleção da Gucci será revelada em Nova Iorque, a 3 de novembro, aquando da 10ª edição da gala LACMA Art+Film.

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