As celebridades portuguesas mais bem vestidas de 2025
Reunimos os looks das personalidades que não só vestiram tendências, como criaram imagens inesquecíveis - aquelas que ficam gravadas na memória muito depois de o flash se apagar.
Mal as estações começam a mudar, algo quase invisível acontece nos bastidores da moda: novas tendências emergem silenciosamente das profundezas do guarda-roupa coletivo. Foi exatamente isso que aconteceu com a padrão bambi. Quando Tory Burch apresentou a coleção outono-inverno, no início deste ano, poucos imaginaram que, meses depois, este padrão estaria omnipresente. Na altura, passou quase despercebido ao grande público. No entanto, para os verdadeiros especialistas em moda, março é um mês-chave - é nesse momento que se decifram os códigos do que irá dominar o próximo inverno.
Embora hoje pareça uma novidade refrescante, este padrão não surgiu do nada. O mundo da moda já nos habituou, ao longo dos últimos anos, a padrões animais icónicos: o eterno leopardo (não chita, como erradamente se diz), a zebra, o tigre e, mais recentemente, a irreverente estampa de vaca. Ainda assim, o bambi ocupa um lugar distinto neste imaginário. A Carven foi uma das primeiras casas a introduzi-lo, na sua coleção outono/inverno 2013, seguida pela Burberry na primavera/verão de 2019. No entanto, foi só agora que este padrão encontrou o momento cultural certo para florescer.
Ao contrário das restantes estampas animais - tradicionalmente associadas a poder, sensualidade e afirmação - o bambi apresenta uma abordagem mais suave e etérea. Há nele uma delicadeza quase poética, uma feminilidade subtil que remete para a inocência da natureza e para uma ideia de fragilidade elegante. Não que o leopardo, o tigre ou a vaca não tenham também uma forte carga feminina, mas tendem a ser associados a arquétipos de mulheres fortes, dominantes e imponentes. Basta pensar no fenómeno do mob wife trend, com os seus casacos de pelo exuberantes e peças de leopardo carregadas de atitude.
O bambi, por sua vez, conta outra história. Evoca uma feminilidade mais silenciosa, sensível e romântica, mas não menos poderosa. É um padrão que dialoga com a atual necessidade de suavidade na moda, num momento em que o luxo se torna mais emocional e menos ostensivo. Aparece em malhas aconchegantes, vestidos fluidos, casacos de lã, calças e acessórios delicados, muitas vezes em paletas de castanhos, beges e tons quentes que reforçam a ligação à natureza.
Esta tendência reflete também um movimento mais amplo na indústria: o regresso ao quiet luxury, à nostalgia e à estética cozy, em que o conforto e a emoção ganham protagonismo. O bambi encaixa perfeitamente neste novo léxico visual, dando uma alternativa fresca às estampas animais clássicas, sem perder o seu lado selvagem - apenas reinterpretado de forma mais doce.
Mais do que uma simples tendência passageira, o bambi revela-se como um símbolo do momento atual da moda: sensível, nostálgico, feminino e profundamente ligado à ideia de vestir emoções. Uma prova de que, por vezes, é na suavidade que reside a verdadeira força.