A marca criada pela designer que também foi musa de Yves Saint de Laurent está à venda em Lisboa, numa morada exclusiva.
26 de janeiro de 2019 às 08:00 Rita Lúcio Martins
Designer de moda, de acessórios e de joias, Loulou de la Falaise foi muito mais do que a musa de Yves Saint Laurent. Em 1972 ela juntou-se ao criador de moda francês, na conceção de jóias e acessórios que reflectiam a sua personalidade extravagante e inequivocamente sofisticada. Depois de mais de trinta anos ao lado do mestre francês, Loulou viria a criar a sua própria marca de joias, reflexo de um estilo bohemianchic, onde misturava as cores com mestria, sempre inspirada pela natureza. Depois da sua morte, em 2011, Ariel de Ravenel, amiga de longa data e colaboradora, deu continuidade ao legado de Loulou de la Falaise, acrescentando-lhe criações em pâte de verre (uma técnica de uso do vidro), pérolas e pedras semi-preciosas. Produzidas em Paris, as joias são integralmente artesanais e reflectem na perfeição a aura mítica da mulher que se tornou um ícone de estilo. Fomos vê-las de perto na Antique, a loja localizada no hotel Ritz Four Seasons, em Lisboa, que detém a exclusividade da representação nacional da marca. E foi também aí, na loja que em 2019 assinala o seu 60º aniversário, que conhecemos a encantadora Ariel de Ravenel.
A Ariel e a Loulou foram amigas próximas. Como é que se conheceram e como é que a recorda, hoje?
Eu e a Loulou conhecemo-nos no final dos anos 60, quando ela veio viver para Paris e eu trabalhava na Vogue. Ela apareceu na redação e apaixonamo-nos por ela. Fizemos um editorial de moda com ela e eu tive a sorte de estar presente na sessão fotográfica, como editora. Mais tarde, ela começou a trabalhar com Yves Saint Laurent, passámos a pertencer ao mesmo círculo de amigos e tornámo-nos próximas.
Quando é que assumiu a direção da marca de joias criada por ela?
Quando a Loulou faleceu, em novembro de 2011, assegurei a continuidade do trabalho de uma forma bastante orgânica. Mais tarde o seu marido e a sua filha concordaram que eu deveria manter este legado vivo.
Quais foram as suas prioridades, ao assumir essa direção artística?
Ser o mais fiel possível ao gosto e ao estilo da Loulou, sendo que a cor é uma parte fundamental destas preocupações. Também me parece fundamental que as peças sejam fáceis de usar quer de dia como de noite. O meu objetivo é dar o meu melhor de forma a perpetuar o espírito e a alma da Loulou.
A sua experiência no mundo da moda foi fundamental?
Sempre adorei acessórios, em particular joias. Tive várias oportunidades de trabalhar nessa área ao longo da minha vida, desde logo na Vogue Paris, onde assumi o cargo de Editora de Acessórios quando ainda era bastante jovem.
As tendências desempenham um papel importante ou está mais focada em criar peças intemporais?
As tendências têm a sua importância, tal como o fator sazonal mas gosto da ideia de intemporalidade – e é nessa categoria que encaixam todas as peças que tenho da Loulou, quer tivessem sido criadas para a Yves Saint Laurent ou para a sua própria marca.