É no mínimo irónico, numa época de crise, sobretudo económica, ter como fonte de inspiração um universo faustoso, onde a riqueza, o luxo e a ostentação são condições de vida de uma classe alta, com património familiar e linhagem nobre, regidos por valores tradicionais, ainda que muitas vezes denunciem alguma hipocrisia.
É desta ironia que parte a coleção de Dino Alves, com intenção de criar uma espécie de nova classe social, onde não serão os bens materiais, os palácios, os nomes pomposos de família, as joias, nem as coroas de pedras preciosas, que lhes conferem o título de realeza, mas sim a riqueza do seu caráter, a nobreza das suas atitudes e ações, a solidariedade para com os mais desfavorecidos, o valor e integridade enquanto seres humanos que farão deles Os Novos Reis.
As bainhas recortadas com formas de elementos decorativos barrocos retirados dos interiores de palácios, mobiliário e outras peças decorativas. Sobreposições de painéis com as mesmas formas a criar uma ideia de relevo. Aplicação dos mesmos recortes em palas de bolsos, badanas, encaixes, cós, etc. Detalhes decorativos em pontos manuais macro feitos com fitas de tecidos e furos nas peças e motivos bordados com a mesma técnica. Folhos e franzidos a criar volumes em várias partes das peças, laços faustosos, golas de renda e outros detalhes inspirados no guarda roupa da realeza mas trazidos para a atualidade.
Os principais materiais usados foram: as fazendas de lã e misturas de lã e outras fibras, algodão com polyester, neoprene, veludo cotelê, ganga, popeline de algodão, telas vinil, viscose, etc.
Fotografia: Rui Vasco
Maquilhagem: Antónia Rosa com produtos Make-up Factory
Cabelos: Helena Vaz Pereira para griffehairstyle com produtos L'Oréal Professionnel
