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Moda

A febre dos chapéus

Winston Churchill era cliente assíduo. Agora é Kate Middleton quem dá nas vistas, ostentando muitas das criações da Lockamp;Co. A Máxima esteve na loja de chapéus mais antiga do mundo. Confirmamos que está bem e recomenda-se.

A febre dos chapéus
A febre dos chapéus
30 de agosto de 2012 às 08:00 Máxima

Fundada por James Lock, em 1676, a Lock&Co é um dos mais antigos negócios de família e continua a ser a marca de eleição da alta sociedade britânica. A qualidade e o serviço personalizado são duas características indiscutíveis. Talvez por essa razão tenham passado por ali nomes tão sonantes como Sir Winston Churchill, Charles Chaplin, Oscar Wilde, Lawrence Olivier, Charles de Gaulle, o Duque de Wellington ou o Almirante Lord Nelson.

Na verdade, é a realeza quem habitualmente faz mais uso dos elegantes chapéus nas mais diversas ocasiões, nomeadamente o Duque de Edimburgo e o Príncipe de Gales. Nos últimos tempos, a Duquesa de Cambridge, Kate Middleton, tem sido a grande responsável por trazer de volta a moda dos chapéus, já que a nova geração tenta seguir o seu estilo até ao mais ínfimo pormenor. Uma das aparições mais recentes deu-se durante as celebrações dos 60 anos de reinado de Isabel II (Jubileu de Diamante), onde Kate usou um dos chapéus da Lock&Co., desenhado por Sylvia Fletcher.

Foi no centro de Londres, mais precisamente no número 6 da St James’s Street, que a Máxima teve a oportunidade de ver como tudo funciona no departamento de Senhora, sob a direção de Sylvia Fletcher. Não foi de todo difícil lá chegar, até porque em Londres não há quem não saiba onde fica a Lock&Co. Curiosamente, conta-se que já houve quem fizesse uma encomenda por correio, apenas colocando como destino a morada ‘A melhor loja de chapéus do mundo, Londres’.

ALWAYS ASCOT...

Os chapéus são indissociáveis das célebres corridas de cavalos de Ascot. Isto porque faz parte do protocolo do evento que todos os participantes, homem ou mulher, se apresentem de chapéu.

A história

Desde 1711 que o evento se realiza na cidade inglesa de Ascot e é frequentado pela família real britânica e pela elite europeia. A guerra acontece quase sempre do lado feminino, pois são as mulheres que maior criatividade revelam na escolha do chapéu mais original.

O código de vestuário

A corrida decorreu entre 19 e 23 de junho, mas com algumas alterações. De forma a evitar excessos de anos anteriores, as saias devem ser pelo joelho ou abaixo deste e os chapéus continuam obrigatórios, mas sem grandes exageros, desde que a sua base tenha mais de 10 centímetros.

Menos é mais

“Se estivermos a falar de um vestido muito simples, então podemos ser mais ousadas com o chapéu. Se, pelo contrário, o vestido já for de alguma forma exuberante, o chapéu deverá ser mais simples. Tem de haver um equilíbrio.” Eis a regra de ouro dada pela designer da Lock&Co que alerta ainda: “Neste tipo de eventos, temos de ter muito cuidado para que um mesmo modelo não seja usado por duas pessoas diferentes.”

Os chapéus são indissociáveis das célebres corridas de cavalos de Ascot. Isto porque faz parte do protocolo do evento que todos os participantes, homem ou mulher, se apresentem de chapéu.

A história

Desde 1711 que o evento se realiza na cidade inglesa de Ascot e é frequentado pela família real britânica e pela elite europeia. A guerra acontece quase sempre do lado feminino, pois são as mulheres que maior criatividade revelam na escolha do chapéu mais original.

O código de vestuário

A corrida decorreu entre 19 e 23 de junho, mas com algumas alterações. De forma a evitar excessos de anos anteriores, as saias devem ser pelo joelho ou abaixo deste e os chapéus continuam obrigatórios, mas sem grandes exageros, desde que a sua base tenha mais de 10 centímetros.

Há algo de romântico nesta loja construída ainda no século XVII. Empurramos a porta e um sino toca. O espaço é pequeno e antigo, mas uma coisa é certa: ali respira-se (muita) história. Ao todo, são três andares, sendo o rés-do-chão a loja de onde entram e saem diariamente algumas dezenas de pessoas com as famosas caixas de chapéus nas mãos. As paredes estão ‘forradas’ de prateleiras onde se encontram centenas de caixas meticulosamente alinhadas, e nelas estão também expostas muitas das formas de cabeça dos mais célebres clientes, incluindo a da Princesa Diana.

No primeiro andar fica o showroom totalmente dedicado às senhoras. Aqui são feitas todas as provas sob o olhar atento de uma equipa especializada na arte dos chapéus. Mas é no último andar que toda a magia acontece. E quando dei por mim, estava em pleno centro do atelier a fazer a entrevista. Na pequena sala, entre tesouras, linhas, feltros e sedas, encontrei Sylvia Fletcher, acompanhada por quatro ajudantes, a preparar a próxima coleção de chapéus. Fletcher é a designer exclusiva no departamento de senhora da Lock&Co há praticamente 20 anos e é ela a responsável pelas linhas femininas Couture Millinery, Hat-à-Porter e Casual (ver caixa).

Começou bem cedo, aos 16 anos, como aprendiz, tornando-se designer nos anos 80, já na Herbert Johnson, conhecida casa de chapéus militares, localizada na Bond Street, em Londres. Nos anos 90, Sylvia Fletcher juntou-se à Lock&Co e, desde então, o seu sucesso reflete-se na lista de clientes da qual tanto se orgulha e que inclui membros da realeza e celebridades do mundo inteiro. Além disso, ao longo da sua carreira, muitas das suas criações têm feito parte das coleções de Stella McCartney, Bruce Oldfield, Hermès, Prada, entre outros nomes e marcas sonantes da moda.

“Foi um grande desafio ter sido convidada para desenvolver o departamento de senhora na Lock&Co, porque historicamente a marca estava muito masculinizada”, referiu Sylvia Fletcher. “E, claro, também fui um pouco atraída pela reputação da casa e pela qualidade dos seus produtos. Desde logo percebi que era uma grande oportunidade”, admitiu.

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Quando falamos de inspiração, Sylvia revela-nos que a vai buscar um pouco a tudo aquilo que a rodeia: “Formas, cores e texturas… Eu tenho um enorme interesse em escultura. E os chapéus são, na realidade, trabalhados como tal, com a mesma delicadeza.”

Como se processa afinal o atendimento? “Os clientes vêm até nós já com uma ideia daquilo que pretendem. Geralmente, trazem consigo os vestidos ou os desenhos dos mesmos, feitos pelos criadores de moda, já com as cores e texturas exatas. A partir desse momento é que podemos pensar no tipo de chapéu. E aqui na loja há uma enorme variedade de modelos à escolha.”

AS COLEÇÕES

. Couture Millinery

Sempre em mudança de estilo, mas de corte clássico, desenhada para completar e enaltecer qualquer vestido. A maioria dos modelos pode ser tingida com o tom exato da roupa escolhida. Mas, para obter este serviço, são necessárias pelo menos quatro semanas.

. Hât-à-Porter

De pronto-a-vestir, desenhada para complementar a coleção de Alta-Costura. Uma linha mais jovem e acessível que coloca à disposição uma enorme variedade de modelos adequados para todos os eventos e ocasiões especiais.

. Casual Collection

Lock&Co tem a mais vasta seleção de chapéus de senhora de estilo casual. Desde feltros e peles para o inverno, a sedas e panamás para o verão.

Mas não basta chegar com uma ideia, por isso, é bom poder contar com os conselhos de quem realmente percebe do assunto. “Quando uma pessoa se dirige a nós em busca do chapéu perfeito temos de ter em conta vários aspetos: as proporções físicas do cliente, o tom da sua pele e até a sua personalidade são muito importantes.”

Conhecida pela qualidade dos materiais que usa, a Lock&Co não abre mão do que é estritamente natural. Das sedas aos feltros, passando pelo veludo ou tweed, os materiais e tecidos variam consoante as estações do ano em que estão a trabalhar, refletindo a grande diversidade da marca. “Materiais sintéticos não funcionam muito bem em chapéus”, confidencia-nos a designer. Quanto ao tempo que leva fazer um chapéu, tudo depende se ele é mais ou menos sofisticado, podendo demorar apenas um dia ou estender-se a uma semana.

Apesar de as encomendas poderem ser feitas por correio ou até via Internet, o melhor mesmo é passar pela St. James’s Street e ser atendida com a maior simpatia e amabilidade que só os seus funcionários sabem oferecer.

Hoje em dia, e cada vez mais, os chapéus já não se destinam exclusivamente a uma elite. Ao contrário do que se possa pensar, as encomendas têm vindo a aumentar. “Temos muitas noivas, mães de noivas, irmãs, damas de honor… Na verdade, famílias inteiras, quando se trata de casamentos”, conta Sylvia. “Já lá vai o tempo em que Ascot era a época de mais trabalho para nós… Agora é o ano inteiro, mas ainda bem.” Paralelamente a todas estas criações personalizadas, a designer ainda necessita de espaço para se dedicar às novas coleções, por isso, dificilmente existem ‘tempos mortos’ no atelier da Lock&Co.

A propósito, Fletcher revelou-nos, ainda, alguns pormenores da próxima coleção, que deverá estar disponível já no final do verão: “Vai haver muito veludo no próximo outono-inverno. É uma linha bastante luxuosa, com muitas cores brilhantes e algum branco e preto. Há um laranja especial que escolhi e algumas penas à mistura.” Tendências que agradarão não só às celebridades e altas individualidades. Aliás, na Lock&Co não há lugar para qualquer tipo de snobismo. Muito pelo contrário. Ali, a simplicidade é palavra de ordem e cada chapéu é trabalhado como se de uma obra de arte se tratasse. Assim tem sido e assim deverá permanecer.

Por Ângela Mata

A febre dos chapéus
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Frente da loja. Um doos edif?cios mais antigos da rua.
2 de 6 / Frente da loja. Um doos edif?cios mais antigos da rua.
Situada na St James Street, em Londres
3 de 6 / Situada na St James Street, em Londres
Esquissos do chap?u de Lord Nelson pelo atelier Lock&Co
4 de 6 / Esquissos do chap?u de Lord Nelson pelo atelier Lock&Co
Formatos das cabe?as de alguns clientes, entre os quais est? o de CharlesChaplin
5 de 6 / Formatos das cabe?as de alguns clientes, entre os quais est? o de CharlesChaplin
As v?rias caixas que embalam os famosos chap?us
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