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Moda

Eles sem elas não são ninguém…

São belas, carismáticas e grandes amigas dos criadores de moda ou são simplesmente figuras icónicas que os inspiram? As musas não se limitam a libertar os génios dos artistas elas também têm a sua assinatura.

Eles sem elas não são ninguém…
Eles sem elas não são ninguém…
16 de maio de 2012 às 08:16 Máxima

Mau gosto! Foi assim que o pai de Amy Winehouse reagiu ao desfile de Alta-Costura de Jean Paul Gaultier, no passado mês de janeiro. A cantora faleceu recentemente, mas a sua imagem é tão forte que continua bem presente e este criador não é o primeiro a deixar-se inspirar pelo seu estilo único. O resultado foi um desfile aplaudido pela crítica que misturou os clássicos da casa Gaultier apimentados pelas imagens de marca de Amy Winehouse, como os cabelos, a maquilhagem e até o cigarro. O site Luxury Culture referiu-se-lhe mesmo como a  ‘última musa de Gaultier’.

As musas, na antiguidade clássica, eram figuras mitológicas que inspiravam a criação artística e científica, mas ao longo dos séculos este papel passou a ser assumido por mulheres que acompanhavam a vida e obra dos artistas e têm, ainda hoje, um papel muito especial na história da arte. Os criadores de moda não são exceção: a sua popularidade tem vindo a crescer ao longo das últimas décadas e estão, normalmente, rodeados por algumas das mulheres mais carismáticas do seu tempo. Mas qual é, afinal, o papel da musa na moda? Quem o pode explicar na perfeição é Lady Amanda Harleck. Primeiro hipnotizou os colegas de Oxford com a sua beleza e depois Francis Ormsby-Gore, Lord Harleck, que lhe deu o título que ainda hoje usa. Conheceu John Galliano quando este era ainda um estudante em St. Martin’s e acompanhou a sua carreira até ele se tornar o diretor criativo da Dior.

Foi só depois do seu divórcio de Lord Harleck que Lady Amanda transformou o seu estatuto de musa em profissão e começou a trabalhar na casa Chanel como braço-direito de Karl Lagerfeld. Mas acha que a ideia que se tem de uma musa “é muito passiva, mas eu não sou nada assim. Sou muito ativa, muito terra-a-terra. Gosto de pôr as mãos na massa”, confessou num almoço com Peter Aspden para o Financial Times. Nos tempos áureos da Alta-Costura, os criadores inspiravam-se na beleza e personalidade de mulheres para criarem as suas coleções e, claro, modelos especiais para elas. Audrey Hepburn usava as criações de Givenchy não só no dia a dia como também nos seus filmes e Mona von Bismarck foi amiga, cliente e mecenas de Balenciaga durante mais de 30 anos.

Até há algum tempo ter um título da aristocracia europeia

era quase obrigatório para se ser musa.

Tal como Amanda Harlech, Loulou de la Falaise foi musa e amiga de Yves Saint Laurent e trabalhou na sua casa de moda. Filha de um aristocrata e de uma socialite, Louise Vava Lucia Henriette Le Bailly de la Falaise considerava que o título de musa subvalorizava o seu papel na casa Yves Saint Laurent, onde foi conselheira e designer de joias durante muito tempo. Segundo o artigo que o Daily Telegraph lhe dedicou aquando da sua morte em outubro de 2011, nos últimos anos Loulou de la Falaise aceitou melhor a sua etiqueta de musa: “Agora que Yves Saint Laurent é parte da história, isso faz de mim também parte da história.” Também já a sua mãe, Maxime de la Falaise, tinha sido musa de Elsa Schiaparelli. Será que é um estatuto que se herda? Talullah Harlech e Marie de Charteries são, respetivamente, filha de Amanda Harlech e sobrinha de Daphne Guinness e já estão a dar que falar. Mas atenção: não devemos confundir musas com it girls. Ser presença assídua nas front rows dos desfiles e usar, com muita “pinta” e graciosidade, as roupas acabadas de sair da passarela não chega para se ser uma musa. Porém, foi por ser presença assídua nas semanas de moda das últimas estações e uma das favoritas dos bloggers de street-style que Shala Monroque começou a dar nas vistas. Começou por trabalhar em arte e depois passou para a moda. A namorada do famoso galerista Larry Gagosian é amiga pessoal, consultora de moda e, dizem, também musa de Miuccia Prada. Há algo de muito especial na forma como as musas escolhem, combinam e surpreendem com as suas roupas e acessórios e na ligação que mantêm com um criador. Camille Miceli era chefe de comunicação da linha de prêt-à-porter da Louis Vuitton e grande amiga e musa de Marc Jacobs – na verdade até o ajudou a lançar a primeira linha de bijutaria da marca. A experiência correu tão bem que hoje é designer de bijutaria da Christian Dior. As musas, se ainda não o forem, acabam por se tornar autênticas celebridades e não podíamos deixar de falar em Daphne Guinness. A herdeira do império da cerveja Guinness e colecionadora de Alta-Costura é um ícone de moda e uma referência dos maiores costureiros da atualidade, embora Chanel pareça ser a sua marca favorita. A sua amiga Isabella Blow foi musa e mecenas de Alexander McQueen, um talento que apoiou desde o início quando comprou toda a sua coleção de fim de curso.

Podemos concluir que até há algum tempo ter título aristocrático era quase obrigatório para se ser musa, mas tal como a própria moda, o estatuto democratizou-se. As musas não são apenas modelos das marcas, mas ajudam-nas a aproximar-se do público. Se Amanda Harleck divide o seu tempo entre a propriedade de Shropshire e a suíte que mantém no Ritz de Paris, já Shala Monroque nasceu na Namíbia e faz agora parte da realeza do Upper East Side, em Nova Iorque. Mas vamos com calma: ser musa não é para todas!

Eles sem elas não são ninguém
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Entre duas modelos
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Embaixadora da Prada
3 de 6 / Embaixadora da Prada
Lady Harleck transformou o seu estatuto de musa em profiss?o
4 de 6 / Lady Harleck transformou o seu estatuto de musa em profiss?o
inspirado em Amy Winehouse
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Inspira??o para muitos
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