Pele de vison, lantejoulas e cristais. Conheça o vestido mais caro da história de Hollywood
Feito em 1944, ou seja, durante a Segunda Guerra Mundial, este pedaço de história da sétima arte foi tão caro que, hoje em dia, teria custado mais de meio milhão de euros. Feito de ouro? Não, mas anda lá perto.
Ginger Rogers usa vestido icónico de Edith Head no filme "Lady in the Dark"
Foto: Getty Images08 de agosto de 2025 às 11:15 Madalena Haderer
Se lhe perguntarem qual o vestido mais caro alguma vez feito para um filme de Hollywood, o mais provável é que lhe ocorra um dos icónicos modelos de Marilyn Monroe. Aquele em que uma saída de ar do metropolitano põe as suas pernas a descoberto, ou aqueloutro que a atriz usou para cantar os parabéns ao presidente John F. Kennedy, em 1962, mas que, tecnicamente, não foi criado para o grande ecrã – excepto se tivermos em conta o filme que foi espremer Kim Kardashian para que conseguisse enfiar-se dentro do modelito e usá-lo na passadeira vermelha da Met Gala de 2022. Os vestidos de Marilyn são opções válidas, principalmente o do aniversário de Kennedy, que estava coberto com mais de 2500 cristais costurados à mão e foi leiloado, em 2016, por 4,6 milhões de dólares – tornando-se o vestido mais caro alguma vez vendido em leilão. E, no entanto, a resposta correta é um modelo que provavelmente não conhece, feito para ser usado por Ginger Rogers num filme de 1944: Lady in the Dark.
Ginger Rogers estrela "Lady in the Dark", filme Technicolor de Mitchell Leisen
Foto: Getty Images
PUB
O vestido em questão é um elaborado traje de showgirl (ou corista, como se diz por cá) com pele de vison, lantejoulas e cristais, da autoria de Edith Head – uma das figurinistas mais influentes da história de Hollywood e verdadeira lenda do cinema clássico. Head trabalhou em centenas de filmes e vestiu algumas das maiores estrelas do século XX, ganhou oito Óscares de Melhor Guarda-Roupa – o maior número de sempre para uma mulher – e foi nomeada 35 vezes entre 1949 e 1978.
A sua criação para Lady in the Dark custou 35 mil dólares (quase 30 mil euros) em 1944 o que, à data atual, equivale a qualquer coisa como 620 mil dólares, mais de meio milhão de euros. O vestido consistia num body de mangas compridas com uma saia estilo cauda, completamente coberto de lantejoulas feitas à mão e cristais, tudo aplicado à mão, e o exterior da saia era forrado a pele de vison. O vestido era tão pesado – ultrapassava os 15 quilos – que foi preciso fazer uma réplica, mais leve, para ser filmada mais ao longe, e com a qual Ginger Rogers conseguisse dançar.
Vestido de Ginger Rogers, feito por Edith Head, exposto em Londres, custou mais de 500 mil euros
Foto: Via @starlegendstories
De notar que isto se passou durante a Segunda Guerra Mundial, época de racionamento de tecidos, pelo que este vestido quebrou todas as normas de contenção. Possivelmente com intenção de passar uma mensagem para o lado de lá das trincheiras: “Olha, Adolfo, aqui estamos tão bem que até nos podemos dar ao luxo de gastar um balúrdio em futilidades.” E era um balúrdio, de facto, e, para que não restem dúvidas, o valor está documentado nos arquivos da Paramount e foi confirmado pelo Guinness World Records como o traje individual mais caro alguma vez produzido para um filme.
PUB
Ginger Rogers usou o vestido durante uma sequência do filme em que a protagonista tinha um sonho extravagante, intitulada The Circus Dream, em que Ginger dança num cenário circense cheio de glamour e excessos visuais e que era o centro da atenção estética da narrativa. Atualmente, este fabuloso e opulento vestido encontra-se exposto no Victoria & Albert Museum, em Londres, onde pode ser apreciado em toda a sua exuberância.
Entre ousadia, modernidade e um toque de irreverência, Charli XCX e Sofia Richie provaram que, para dizer “sim”, não é preciso seguir a tradição do vestido comprido. Reunimos exemplos que mostram como um look curto pode ser igualmente deslumbrante e inesquecível.
Sair da água e seguir caminho, ou adaptá-lo ao quotidiano, nunca foi tão fácil. Com os complementos certos e as inúmeras inspirações no mundo digital, o verão vive-se com intenção e em grande estilo.
O espéculo original foi desenvolvido por um médico que fazia experiências, sem anestesia, em mulheres escravizadas. Agora, duas investigadoras da Universidade Técnica de Deft criaram um design que é não só mais confortável, como funciona melhor.