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Celebridades

Nadine Labaki - Diva em ascenção

A bela libanesa realizou e interpretou o filme Caramel. Uma pequena diva da indústria de cinema árabe.

28 de novembro de 2011 às 12:41 Máxima

Acha que haverá solução para o que se está a viver neste momento na Líbia? Considera que tem uma missão a cumprir?

Por viver nesta parte do mundo, sinto que tenho uma espécie de missão. Talvez possa parecer um pouco ingénua, mas não me importo.

Como encara a forma como é encarada a religião? Poderá isso fazer parte do problema?

Neste caso estamos a falar de cristãos e muçulmanos, mas pode representar qualquer religião ou raça, ou mesmo dois irmãos ou famílias diferentes. Pode ser um conflito entre duas pessoas com opiniões diversas. Era bom que as autoridades pudessem contribuir para aproximar e não para extremar.

Na Líbia, o ponto de vista feminino tem ainda um longo caminho a percorrer. Acha que o seu exemplo pode abrir um caminho novo?

É claro que ainda há muito para fazer. Não posso dizer que temos uma situação perfeita. Em todo o caso, acho que as mulheres estão a poder exprimir-se mais e melhor. Mas o Líbano é um país livre, ainda que não possamos negar que temos um caminho pela frente. Há ainda muitos tabus com que temos de lidar.

Hesitou interpretar este tipo de papel?

É claro que há sempre alguma hesitação. Até porque eu trabalho normalmente com actores amadores. De certa forma, isso permite-me estar mais próximo deles e é mais fácil de os dirigir se estiver também dentro do filme.

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Depois do enorme sucesso de Caramel, sentiu o orgulho dos seus conterrâneos?

Sem dúvida. Foi um fenómeno e senti que as pessoas ficaram muito orgulhosas com esse filme. E isso deu-me ainda mais confiança.

Como reagiu ao facto de estar grávida na altura, neste filme?

Tocou-me por saber que existiam conflitos nas ruas e que pessoas se matavam, em nome de uma religião. Eu estava grávida e isso fez-me pensar até que ponto seria eu capaz de ir por uma religião.

Acha que as mulheres são melhores a resolver os conflitos que os homens?

A verdade é que pensamos sempre duas vezes. Por outro lado, há uma reacção de protecção à violência, que tem a ver com o facto de sermos mães. Eu tento é falar do meu ponto de vista pessoal. Como mulher e como mãe.

É claro que é difícil de prever, mas o que acha que pode suceder com esta revolta?

Tudo pode acontecer. O que sucede é que logo que começámos a ter alguma esperança, sucederem-se conflitos no Egipto, entre cristãos e muçulmanos. É sempre assim.

Tendo em conta o seu sucesso como realizadora, e actriz, consideraria prolongar a sua carreira, por exemplo, na Europa?

É muito tentador, devo confessar-lhe. Porque não? Mas não sinto essa necessidade. Gosto de fazer filmes na minha própria língua, sobre a minha cultura. Não me interessa tanto falar de uma mulher em Paris...

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