Irresistível sedução
Uma conversa sem tabus com esta estrela em ascensão. A jovem actriz brilha em lt;emgt;Nos Idos de Marçolt;/emgt; e na série Mildred Pierce.

"Nunca pensei simular sexo diante do George Clooney", diz a certa altura a belíssima Evan Rachel Wood numa entrevista sem limites, tabus ou hesitações durante a estreia mundial de Nos Idos de Março em Veneza. Por isso mesmo acreditamos que esta jovem de 24 anos será uma das que farão a diferença. Deslumbrante em Nos Idos de Março, mas apenas um aperitivo para nos enfeitiçar na premiada mini-série Mildred Pierce, como a problemática filha prodígio de Kate Winslet. Até porque Evan tem muito a ver com Jamie Bell, que entrevistámos recentemente para a Máxima online. Sim, vale a pena ler até ao fim...
Como foi que chegou a este projecto?
Recebi um telefonema do George Clooney... (risos) E assim ganhei o dia. Convidou-me a participar no projecto.
Calculo que tenha sido uma emoção receber esse telefonema...
Parece que já nos conhecíamos há anos... Acho que ainda estou a recuperar do choque. (risos)
Qual é para si a maior qualidade do George Clooney?
Gosto que ele acredite naquilo que faz. Faz bons filmes, mas consegue sempre divertir-se. Acho que nunca o vi sem ser a sorrir ou fazer alguém sorrir. É um charme genuíno.
E qual é o seu pior defeito? Há-de ter algum...
No fim da noite alguém acabará sempre na piscina, ou no lago... (risos) Por acaso, ontem fui eu quem saltou para a piscina do Hotel Cipriani. Com o meu vestido...
Não me diga...
E estava completamente sóbria...
Já se sabe que trabalhar com o George há sempre partidas. Como foi no seu caso?
Sim, há sempre partidas. No meu caso, apanhou-me a cantar Justin Bieber e a dançar. Então pegou na câmara e ameaçou-me que iria colocar esse excerto no DVD... Apanhou-me bem... (risos)
Gosta de cantar?
Imenso. Cantei ontem na festa de apresentação de filme aqui em Veneza. A minha amiga Robin Wright Penn - agora apenas Robin Wright (risos) -, agarrou-me e colocou-me o microfone na mão. Cantei Janis Joplin e Tina Turner...
Uau, óptima combinação... Cantar ajuda-a na sua concentração ou descontracção?
Sim, completamente. É o meu primeiro amor. Acho que não sobreviveria se não tivesse música e se não me pudesse exprimir através da música. É assim que sobrevivo.
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Como foi trabalhar neste ambiente tipicamente masculino? Pois acho que não tem nenhuma cena com outra mulher...
Por acaso não tenho. Mas, sabe, acho que já estou um pouco habituada a esse ambiente. Para além disso tenho dois irmãos, por isso sou uma verdadeira ‘maria-rapaz’. E sinto-me bem assim.
Conseguiu também não se deixar intimidar com a presença do George?
Ele é um tipo fantástico, por isso acabamos por rapidamente limitar essa distância.
Chegou a visitar a casa dele em Como?
Sim. Fomos todos lá antes de virmos a Veneza.
Como foi e o que fizeram?
Estivemos lá uns dias. Andámos de barco, comemos manjares deliciosos, jogámos basquete... Foi muito divertido.
Tive a ocasião de falar com o Ryan (Gossling) em Cannes e ele disse-me que o Clooney era um realizador um pouco ‘mandão’... Mas no bom sentido, claro. É verdade?
Não acho que seja mandão. Sim, é verdade que ele sabe o que quer, mas foi fantástico. Talvez por ser um actor, e falamos a mesma linguagem.
E como é que o vê ao lado de Ryan, a sua espécie de duplo, como no cartaz?
Essa cartaz provoca-me arrepios. Acho que não os deveriam ter combinado assim tão bem... Mas o Ryan é fantástico, claramente o melhor da sua geração. Acho que traz algo novo.
Está a ver o Ryan chegar ao mesmo estatuto que o George tem agora?
Absolutely! Ele faz-me lembrar um Warren Beatty novo ou um James Dean. Tem uma aura que é contagiante. E tem imenso talento.
Não me diga que a cena de sexo foi muito complicada..
Foi dificílima. Estava a brincar... (risos) Foi a mais fácil de todo o filme! Digamos que não foi um dia de trabalho difícil. E já nos conhecíamos tão bem que estivemos sempre na galhofa. Aliás, estas cenas são sempre hilariantes. Não são verdadeiramente cenas de sexo... E o George estava mesmo ali ao pé de nós com a câmara. Nunca pensei que um dia iria simular uma cena de sexo diante do George Clooney...
(risos)...
É esse o meu trabalho! É o que eu faço (gargalhadas).
Ouvi dizer que a Kate Winslet a ajudou na sua primeira cena de sexo na série Mildred Pierce, é verdade?
Sim, na minha cena de nudez. É verdade. Por acaso, confesso que estava um pouco insegura e a Kate (Winslet) foi amorosa e ajudou-me a encarar a cena. Era uma cena importante para a história. Especialmente para esse momento.
Sentiu que foi libertador?
Sim, sem dúvida. Mas não estou com pressa de fazer de novo. Foi um pouco intimidante (risos)...
Foi complicado para si interpretar o papel de sedutora? É algo que é natural em si?
(risos)...
Pelo menos, ajuda o facto de ser muito bonita...
(risos) Obrigada. (risos) Talvez, acho eu... Não sei, acho que em todos nós o aspecto mais sexy tem a ver com a confiança. Quando vejo alguém que não tem medo de ser dirigido e que está em controle, acho isso sexy. É isso que eu tento fazer.
Sempre sentiu teve essa confiança?
Não... Leva algum tempo a conhecer-nos a nós próprios e a sentirmo-nos confortáveis como nosso corpo. Eu acho que estou agora nesse ponto. E estou contente por isso.
Ajuda o facto de estar exposta a câmaras?
Não, pelo contrário. Pois estamos sempre expostas a críticas e isso pode afectar-nos. Eu sou ainda muito jovem. E é difícil ver o meu corpo exposto.
No entanto, já tinha a proximidade com o meio através dos seus pais...
Nem por isso. Os meus pais foram actores no teatro, numa pequena cidade da Carolina do Norte. Esta é uma arena bem diferente (risos)...
Acha que a sua recente relação com o Marilyn Manson a ajudou a tornar-se um pouco mais consciente de toda esta cultura de celebridades?
Isso foi algo que eu fui descobrindo por mim própria. Não é algo que se aprenda. Só descobri mais isso depois de nos separarmos... (riso nervoso).
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E como vê o facto da sua relação ser reportada em tablóides?
Aprendi a manter esses assuntos o mais possível privados. Pois isso torna a relação muito mais pesada.
Sente alguma atracção pela política?
Sabe, é difícil ter uma empatia verdadeira por algum dos partidos. E neste momento estamos numa situação com poucas alternativas.
Acha que o George Clooney daria um bom presidente?
Eu votaria nele... (risos)
Posso fazer-lhe uma pergunta pessoal?
Sim.
Foi difícil cortar o seu cabelo?
Não! Pensei que fosse perguntar outra coisa... (risos). Nada disso. Fiquei muito contente.
Tem a ver com um papel que vá interpretar agora?
Não, é só uma mudança de estilo.
E como é que encara a moda? Já agora, que designer usou ontem na passadeira vermelha, onde estava a mostrar as pernas com orgulho?
Se é para mostrar, é para mostrar! (risos). Usei um vestido Alessandra Rich.
E hoje?
Dolce & Gabanna. Sou uma grande fã do vestuário masculino deles.
Não posso deixar de notar a tatuagem discreta que tem atrás da sua orelha...
É o numero 15. É o meu número da sorte.
Tem algum significado especial?
Tem muitos significados especiais... Aconteceram muitas coisas quando tive quinze anos. E parece ser um número que me segue onde quer que vá. Por outro lado, o meu nome tem 15 letras, o ano em que nasci, 1987, perfaz 15. É o meu número.
Leva mesmo a sério esse lado mais espiritual?
Sou muito espiritual. Mesmo.
Que tipo de crença tem?
Não é que tenham uma ‘crença’, mas acredito em algumas ideias que me parecem fascinantes. Não sei se são realidade ou não.
Considera-se uma pessoa brava? Enquanto pessoa e actriz?
Espero que sim!
Onde é que vive?
Moro em Venice Beach. Sou mais uma pessoa de andar descalça e de calças de ganga.
Qual foi a cena mais ousada que já fez?
Humm, deixe-me ver. É difícil escolher uma.
Beijar o Mickey Rourke?
Não, ele é que me beijou a mim! (risos) Há um vídeo! Eu dei-lhe um beijinho de amizade na cara e ele virou-se e deu-me um a sério! Ok, obrigada.
Como foi a experiência de fazer Mildred Pierce?
Foi como fazer cinco filmes de uma vez. Muito intenso.
Com todos estes projectos, calculo que a sua conta bancária esteja aliviada. Por isso pergunto: “qual foi a coisa mais ousada que fez com dinheiro”?
Eu faço filmes independentes, não julgue que nado em dinheiro! (risos)
Mesmo assim...
Não sei, viajo muito. É onde gasto grande parte do meu dinheiro.
Onde foi recentemente?
Regressei agora da China. Foi fantástico. Adorei Pequim, mas adoraria conhecer Xangai.
Calculo que Portugal não tenha estado na sua agenda...
Mas eu já estive em Portugal. E gostei imenso. Estive em Lisboa e adorei. É um dos meus locais favoritos.
Qual é então a parte pior do seu trabalho, as entrevistas?
Nãaaooo... (risos) Acho que o pior é estar longe de casa e sentir saudades das pessoas que gostamos.
Lamenta o facto de não ter tido uma infância e de ter crescido demasiado depressa?
Talvez, sinto falta da adolescência, que foi algo que nunca tive. Por isso, quando fiz 18 anos, e percebi que ser actriz iria ser a minha vida, decidi que também me queria divertir. E se me tenho divertido! (risos)
Sente alguma pressão por ser um role model para muitas jovens?
Se é que sou, o que posso dizer é que não sejam como eu, sejam vocês próprios. Porque é isso que eu tento ser todos os dias. E tento ser muito honesta com o que sou e o que faço, pois não acho que tenhamos de esconder quem somos.
Acha que tem ainda muito tempo para ter uma criança?
Olha que não, eu quero mesmo ter uma criança. Antes de chegar aos trinta.
Mas tem de ser com alguém...
Isso é uma proposta?... (risos)
Eu? Não, sou casado... (risos) Até porque o Jamie Bell não iria gostar... Por falar nele, sente que têm muito em comum?
Os meu lábios estão selados.... (riso comprometido)...
