Ex-marido de infanta Cristina libertado de vez
Depois de cinco anos e 10 meses preso, por utilização indevida de dinheiros públicos, Iñaki Urdangarin sai agora em liberdade. Pelo caminho, ficou o casamento com a infanta, que chegou ao fim por causa da sua relação extraconjugal com a advogada Ainhoa Armentia.

Peculato, prevaricação, fraude, crimes fiscais e tráfico de influência. Não, não lhe vamos falar de políticos com nome de filósofos gregos, mas de Iñaki Urdangarin, o charmoso ex-marido da infanta Cristina, irmã do rei Filipe VI. Esta lista de crimes resultou numa pena de prisão efetiva, que levou ao encarceramento do ex-cunhado do rei de Espanha durante cinco anos e 10 meses. A pena chegou ao fim e Iñaki está prestes a sair em liberdade, no dia 9 de abril. Agora, aos 56 anos, terá de refazer a vida, sem a proteção da Casa Real e sem a rede de contactos do antigamente que, como é comum nestes casos, desapareceu com a rapidez de roedores em navio a afundar.
Iñaki não contará sequer com o apoio da infanta Cristina. Esta começou por se manter ao lado do marido, sendo fotografada a visitá-lo e a passear com ele de mão dada, durante uma das suas saídas precárias. Porém, em 2022, veio a público a relação extraconjugal de Urdangarin com Ainhoa Armentia – uma advogada que trabalhava no mesmo escritório que ele – e, quase de imediato, foi anunciado que o casal estava então separado – enfim, ainda mais separados do que já estavam, com Iñaki na cadeia. O divórcio ficou finalizado no início deste ano. Consta que, apesar de tudo, Iñaki e a infanta mantêm boas relações, apesar deste se preparar para ir viver com Ainhoa num apartamento arrendado. Para além da namorada, Iñaki contará ainda com o apoio dos quatro filhos e da mãe, com quem é frequentemente fotografado, mas, em termos financeiros e laborais, a situação é incerta. Para já, Urdangarin conta apenas com um subsídio de ex-recluso, no valor de 463 euros mensais – um grande choque de realidade, conforme sublinha o jornal espanhol El País, para alguém que estava habituado a receber 710 mil euros por serviços de assessoria.

A condenação de Urdangarin está relacionada com a fundação Nóos e com alegações de que utilizou indevidamente milhões de euros de fundos públicos, destinados à organização de eventos desportivos e turísticos, durante o seu período como presidente da fundação, entre 2004 e 2006. O primeiro sinal de que havia algo de errado na sua gestão surgiu em 2006, com desconfianças de dinheiros recebidos indevidamente – 1,2 milhões de euros – caso que chegou a ser discutido no parlamento das ilhas Baleares. Nessa altura, numa mistura de cortina de fumo com cortar o mal pela raiz, o então rei Juan Carlos, ordenou ao genro que se afastasse do Instituto Nóos, Iñaki disse que sim, mas manteve-se ligado à organização – ainda que na sombra – e a outras sociedades satélite.
Anos depois, em 2009, quando os rumores voltaram a vir à tona, Juan Carlos chegou a um acordo com o presidente da empresa de telecomunicações Telefónica, para que o genro fosse colocado em Washington, como executivo da empresa. Mas a máquina da justiça espanhola já estava em andamento e não havia como pará-la. De resto, estas tentativas de proteção por parte do rei, junto com os escândalos de dinheiros públicos gastos com amantes, e safaris para matar elefantes, acabaram por levar também ao seu afastamento e à subida ao trono do seu filho, o rei Felipe VI.
Em 2010, o tribunal pediu informações sobre os diversos contratos firmados entre a Nóos e diversos organismos públicos. Em 2016, teve início o julgamento e, um ano depois, o Urdangarin foi condenado a seis anos e três meses de prisão por diversos delitos de corrupção e fraude. Em junho de 2018, o Supremo Tribunal reduziu a pena para cinco anos e 10 meses e em dezembro do mesmo ano o marido da infanta Cristina deu entrada na cadeia de Brieva, em Ávila, para cumprir a pena. A infanta também se viu envolvida no processo, mas acabou por ser inocentada.

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