Regresso triunfal

Ela está de volta! E com dois novos papéis: um no cinema, outro como a primeira embaixadora da LOréal Professionnel. A Máxima falou com Kirsten Dunst e percebeu por que é considerada uma das mais talentosas atrizes da sua geração. 

Regresso triunfal
28 de maio de 2014 às 06:00 Máxima

Protagonizou, provavelmente, dois dos beijos mais célebres do cinema e nenhum foi dado da forma mais convencional. Num deles, tinha apenas 11 anos, idade com que beijou Brad Pitt, quase 20 anos mais velho que ela. A cena passou-se em 1994 num dos primeiros filmes em que Kirsten Dunst participou: Entrevista com o Vampiro. “Na altura, senti-me muito desconfortável.” Apesar do constrangimento, a atriz diz que se sentiu honrada com a oportunidade de trabalhar, tão nova, ao lado de alguns dos nomes mais conhecidos do público cinéfilo, num papel. Oito anos depois, estava a beijar um Tobey Maguire virado de cabeça para baixo em Homem-Aranha. Uma cena que podia não ter sido protagonizada por ela, já que tanto Kate Hudson como Alicia Witt recusaram a proposta para encarnar a famigerada figura de Mary Jane Watson. Mas, ao contrário das suas colegas, Dunst desejava o papel: “Sabia que ia dar um impulso à minha carreira, especialmente nos mercados estrangeiros onde não era muito conhecida.” E foi realmente com este filme que alcançou fama internacional, mas o seu percurso tinha começado muito tempo antes.

Nada é o que parece

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 No seu novo filme, um thriller psicológico adaptado do romance As Duas Faces de Janeiro, de Patricia Highsmith (autora de O Talentoso Mr. Ripley), Kirsten Dunst protagoniza, ao lado de Viggo Mortensen, um casal de americanos que decide fazer uma viagem à Grécia. No local, conhecem um guia turístico que fala grego e que os ajuda no passeio. Mas depois de o marido assassinar um polícia que se encontrava a investigá-lo, os três veem-se envolvidos num enredo do qual tentam sair a todo o custo. The Two Faces of January, realizado por Hossein Amini (argumentista de Drive), tem estreia marcada para 10 de abril.

Aos três anos, já era modelo de anúncios de televisão e, aos sete, estreava-se no cinema com Oedipus Wrecks, uma curta-metragem dirigida por Woody Allen para a antologia Histórias de Nova Iorque (1989). Seguiram-se outros papéis em filmes mais ou menos conhecidos. A partir de 1999, enveredou pelas comédias românticas, como Linda de Morrer (1999), Tudo por Elas (2000) e Esquece... e Siga (2001). Desde então, a sua filmografia inclui autênticos blockbusters, mas também filmes mais intimistas e independentes, o que lhe permitiu desenvolver uma equilibrada carreira. Dramas românticos de ficção científica como O Despertar da Mente (2004), tragicomédias como Elizabethtown (2005) e dramas teatrais e históricos como Marie Antoinette (2006) fortaleceram a sua imagem de atriz versátil e segura de si mesma.

Em 2010, Dunst decidiu ir para trás das câmaras: dirigiu a curta-metragem Bastard que foi apresentada no Festival de Cinema de Tribeca e no Festival de Cinema de Cannes. Foi neste mesmo prestigiado evento que recebeu um dos mais importantes reconhecimentos, ao ser contemplada, em 2011, com o prémio de Melhor Atriz pela sua performance em Melancolia, de Lars von Trier. E até na música Dunst arriscou, interpretando canções sobretudo em função dos seus papéis. Nos últimos tempos, andava algo desaparecida, mas 2014 promete ser um ano mais ocupado para a atriz de 31 anos: em abril estreia o filme The Two Faces of January, enquanto que Midnight Special e Sleeping With Other People ainda estão em pré-produção.

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Começou a trabalhar muito cedo, mas foi logo considerada uma das 15 pessoas mais bonitas do mundo. Como é que foi lidar com tudo isto tão nova? Foi, em algum momento, esmagador?

Quando era miúda também já fazia alguns anúncios e alguns trabalhos como modelo… Relativamente à lista das 15 pessoas mais bonitas do mundo, acho que já todos sabemos que são sempre as pessoas que saíram num filme esse ano a serem nomeadas. Mas claro que foi muito bom fazer parte da lista.

 

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Look de estrela 

Kirsten Dunst foi convidada pela L’Oréal Professionnel para ser a sua primeira embaixadora internacional de cabelos, dando a cara por três novas campanhas da marca ao longo de 2014. 

O que a levou a aceitar esta colaboração com a L’Oréal Professionnel?

Lembro-me perfeitamente da minha mãe usar a laca Elnett desde que eu era criança, por isso é uma marca que faz parte da minha vida desde sempre. Ser a sua primeira embaixadora de cabelos é uma grande honra. Aliás, até estou surpreendida por nunca terem tido uma embaixadora, o que torna este convite ainda mais especial.

Agora que é embaixadora da L’Oréal Professionnel, o que acontece se tiver de rapar o cabelo para um filme?

Pode fazê-lo? Se o Quentin Tarantino me convidasse para um filme e quisesse que eu rapasse o cabelo, tenho a certeza de que a L’Oréal Professionnel iriar conseguir criar umas perucas incríveis para eu usar ou então um sérum que faça o cabelo crescer super-rápido.

 Três produtos de beleza que tem sempre consigo. 

Para o rosto sigo sempre uma regra que é nunca usar produtos que têm ingredientes cuja fórmula não compreendo ou não conheço, por isso tento sempre usar coisas naturais e orgânicas.

 O seu segredo de beleza. 

Mergulhar uma toalha num balde de gelo e, depois de este derreter, colocá-lo na cara. É algo que ajuda muito a refirmar a pele. Ah, e nunca lavo a cara de manhã: não vale a pena.

Nos últimos anos temos visto cada vez mais atrizes protagonizarem grandes campanhas publicitárias e a serem capa de várias revistas femininas. Porque acha que isto acontece? Será que as mulheres em geral conseguem identificar-se mais com atrizes?

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Acho que sim e até percebo… Talvez porque se identificam mais facilmente com o trabalho das atrizes ou com os filmes e papéis que protagonizam. E também porque nem todas as atrizes são fisicamente como as modelos e é difícil estar à altura desses padrões de beleza. Como atriz, interpreto vários tipos de personagens e acho que isso ajuda a criar uma ligação com o público.

 

Qual o conselho mais importante que recebeu e de quem?

É difícil escolher apenas um… Acho que ouvi vários conselhos muito importantes ao longo da minha vida. A minha mãe, por exemplo, sempre foi muito boa a identificar que namorados eram bons ou não. Ela nunca dizia nada durante a relação, mas, quando acabava, dizia sempre que já sabia. Quando o assunto é rapazes, as mães sabem sempre!

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Que sonho tem por realizar?

Para mim, o mais importante é estar feliz a nível pessoal. Tenho muito orgulho no trabalho que faço e nos filmes em que participei. Gostava de um dia vir a ser mãe e criar uma família de raiz que seja tão chegada como a que a minha mãe criou. Eu vivo a seis casas dela. Gosto muito dessa sensação de comunidade chegada.

 

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Ser realizadora ainda faz parte dos seus planos?

Talvez daqui a três ou quatro anos… Sinto que ainda não estou preparada para isso, mas é, sem dúvida, algo que gostaria de experimentar.

 

Qual foi, para si, o filme mais importante que fez?

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Posso nomear alguns que foram, sem dúvida, marcos na minha carreira: Entrevista com o Vampiro, porque foi o primeiro que me lançou, Tudo por Elas, porque começou por ser apenas uma brincadeira, um filme divertido feito com um orçamento muito baixo e que depois acabou por ter imenso sucesso e também porque foi a minha estreia na comédia, o que ajudou a alargar o meu reportório. O filme As Virgens Suicidas também teve um grande impacto na minha carreira porque foi a primeira vez que protagonizei uma personagem mais sensual, o que permitiu ao público deixar de me ver apenas como uma criança. O franchise de Homem-Aranha também foi importante porque teve uma exposição mais internacional. Em Melancolia, dei o primeiro passo como atriz principal e pude testar as minhas capacidades até ao limite.

 

Que papel gostava de ter protagonizado, mas não conseguiu?

Não sei se quero partilhar essa informação com o mundo: prefiro mantê-la privada [risos].

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Há algum aspeto da indústria cinematográfica que deteste mesmo?

Acho que ser mulher nesta indústria é complicado. Há menos bons papéis disponíveis, mas a partir do momento em que se constrói uma carreira que não é baseada apenas na aparência, estamos menos comprometidas. Acho que é tudo uma questão de compreender e aceitar a indústria pelo que ela é e cultivar uma carreira que nos faça sentir realizadas. Mas não deixa de ser difícil e já me senti injustiçada bastantes vezes por ser mulher, mas tento não perder energia com isso porque não é produtivo.

 

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O que teme mais na vida?

Acho que ainda sou nova demais para ter grandes receios. Acho que quando tiver filhos, aí sim, vou ter alguns que se justifiquem.

 

O tema desta edição é Segredos e Mentiras. Sendo uma figura pública, como é que consegue manter a sua vida privada?

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É tudo uma questão de equilíbrio e tem muito a ver com as barreiras que se colocam. Em geral, eu sou uma pessoa bastante aberta, disponível e acessível, mas a partir do momento em que me começo a sentir desconfortável, imponho uma barreira e não tenho medo de o fazer.

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