Kamila Valieva não é de todo um nome desconhecido da alta competição. Praticamente dois anos depois de ganhar o ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim, a patinadora artística russa foi banida das competições olímpicas por quatro anos e, obviamente, desclassificada. A razão foi um teste de doping que acusou positivo para trimetazidina, utilizada no tratamento de angina peitoral - e a decisão foi tomada pelo Tribunal Arbitral do Desporto. Mais: a patinadora e as colegas de seleção perdem automaticamente a medalha de ouro conquistada na prova por equipas, que será atribuída aos Estados Unidos. Na altura, Valieva tentou alegar que o teste tinha acusado positivo por contaminação de uma substância contida num medicamento que o avô tomava para efeitos cardíacos, mas a alegação foi recusada.
A decisão acontece a pouco menos de dois anos dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, que terão lugar em Milão e Cortina d'Ampezzo, Itália, e Valieva não vai poder competir até dezembro de 2025.
Nascida a 26 de abril de 2006 em Kazan, Rússia, mede 1,55 e atualmente está nas mãos dos treinadores Eteri Tutberidze e Sergei Dudakov. Fez a sua estreia internacional na época de 2018-19, ganhando a medalha de ouro no Grande Prémio de Juniores em França, e mais tarde venceu o Campeonato do Mundo de Juniores e o Campeonato da Europa. Em 2022, recebeu a Ordem da Amizade, uma condecoração estatal, do Presidente Vladimir Putin.
Entre os títulos já conquistados estão o de vice-campeã nacional de 2021, campeã do GP Skate Canada 2021, campeã da Final do Grand Prix Júnior de 2019, campeã nacional júnior, vice-campeã nacional e campeã mundial júnior de 2019. É atualmente detentora da maior pontuação registada na categoria individual feminina, recorde que obteve no Finlandia Trophy de 2021 e depois superado por ela mesma no Skate Canada International de 2021 e na Rostelecom Cup de 2021.
Este não é o primeiro caso conhecido de uma atleta russa acusada de dopagem. O estado já apresenta um histórico, em 2014, nos Jogos Olímpicos de Sochi, surgiu o escândalo de dopagem, que levou, dois anos mais tarde, à proibição da participação na competição do antigo diretor da federação russa e de um dos principais treinadores. A Rússia foi também parcialmente proibida de participar nos Jogos Olímpicos de 2016 e, em 2019, recebeu uma proibição de dois anos por parte da Agência Mundial Antidopagem.