Num feito histórico e simbólico, seis mulheres — entre elas a pop star Katy Perry — embarcaram numa missão espacial da Blue Origin (empresa de tecnologia espacial fundada por Jeff Bezos), marcando o primeiro voo exclusivamente feminino desde 1963. A bordo do foguetão New Shepard, o grupo percorreu mais de 100 quilómetros de altitude, cruzando a linha de Kármán, considerada a fronteira internacionalmente reconhecida do espaço.
Esta viagem de cerca de 10 minutos, embora breve, representou um marco importante na história da exploração espacial. Além de Katy Perry, que protagonizou um momento memorável ao cantar What a Wonderful World durante o voo. A tripulação foi composta pela jornalista Gayle King, pela ativista e cientista Amanda Nguyen, pela engenheira aeroespacial Aisha Bowe, pela produtora de cinema Kerianne Flynn e por Lauren Sanchez, noiva de Jeff Bezos. Juntas, tornaram-se as primeiras mulheres a participar numa missão espacial exclusivamente feminina em mais de seis décadas, desde a lendária cosmonauta soviética Valentina Tereshkova.
O voo foi totalmente automatizado - o New Shepard não requer pilotos - e atingiu uma velocidade cerca de três vezes superior à do som durante a subida. A cápsula que transportava as passageiras separou-se do propulsor pouco antes do apogeu e, após alguns minutos em gravidade zero, começou a descida controlada por para-quedas até aterrar no deserto do Texas. Jeff Bezos, fundador da Amazon e da Blue Origin, esteve presente no local de aterragem e foi o primeiro a abrir a escotilha, dando as boas-vindas à tripulação, começando com um abraço à noiva.
Este voo da Blue Origin integra-se no crescente setor do turismo espacial, que tem vindo a ganhar destaque desde o primeiro voo tripulado da empresa, em 2021. Essa viagem foi protagonizada por Jeff Bezos, ao lado do irmão, do jovem Oliver Daemen e da pioneira Wally Funk - que concretizou o sonho antigo de ir ao espaço depois de ter sido treinada pela NASA nos anos 60, sem nunca ter sido selecionada para uma missão.
A viagem de Katy Perry e companhia foi mais do que uma celebração da inovação tecnológica e da democratização do acesso ao espaço; foi também uma afirmação poderosa da presença feminina num domínio historicamente masculino, mostrando que há cada vez mais lugar para as mulheres - artistas, cientistas, jornalistas e empreendedoras - nas novas fronteiras da humanidade.