Jane Fonda, ícone de Hollywood, esteve recentemente em Cannes a participar no festival de cinema, e a propósito dessa momento deu uma entrevista ao jornal britânico The Telegraph, na qual falou de tudo sem preconceitos ou filtros. Desde ter sexo depois dos 50 anos, aprender a gostar do seu cabelo grisalho e o ganhar o direito de dizer tudo o que pensa.
Na realidade, Jane tem sido uma mulher de armas: conseguiu vencer um cancro, ter sucesso em Hollywood, livrar-se da prisão no dia em que foi detida por conta do seu ativismo; além disso, liderou uma autêntica revolução no mundo do fitness e transformou a sua figura octogenária em porta estandarte para o envelhecimento saudável.
Nesta recente entrevista que deu, falou sem qualquer constrangimento acerca do seu estilo de vida saudável, de forma a mostrar como os pequenos hábitos fazem diferença na qualidade de vida de uma pessoa. E pelo meio da conversa, Fonda deu alguns dos melhores conselhos sobre relacionamentos na velhice. "Há que permanecer flexível. Especialmente se quiser continuar a ter sexo depois dos 50 anos.", revelou.
Já há uns meses, Jane Fonda fez alusão ao exercício, já que este fazia parte de sua terapia contra o cancro: "O médico disse-me que o melhor antídoto para o cansaço que a quimioterapia pode causar é movimentar-nos. Caminhar. E eu tenho andado. Bem cedinho antes de começar o calor. Também fazer exercícios".
Ao The Telegraph, a atriz disse:"Quando você tem a minha idade, tem que se exercitar muito devagar para não se magoar. Pode fazer exatamente as mesmas coisas, mas devagar. Quando eu uso pesos, eles são pesos mais leves. Mas ainda os levanto. Eu tenho halteres de cores diferentes, lindos... rosas, laranjas, amarelos e turquesas, o que os torna mais agradáveis de levantar."
E continua, explicando: "Mas eu obrigo-me a fazer isso, porque faz a diferença, não só no meu corpo, mas também no meu cérebro. (...) Quando se é mais velho, há que continuar a movimentar-se, permanecendo flexível e mantendo os músculos fortes, porque isso realmente faz a diferença."
A estrela que um dia revolucionou a comunidade feminina com os seus vídeos de fitness continua a representar um modelo de mulher ativa aos 85 anos a seguir. "Fechei a loja lá em baixo [referindo-se ao sexo]. Não saio mais com ninguém, tenho oitenta anos e essas coisas acabam quando você decide", declarou ela durante a promoção do Clube do Livro, filme em que interpretou uma das quatro amigas cuja vida sexual reaviva após a leitura de um romance erótico.
Já aos 70 anos, ela não teve problemas em admitir que 30% do seu bem-estar físico se devia à sua prolífica vida sexual. "Escrevi um livro sobre o assunto. Era principalmente sobre o processo de envelhecimento, mas tinha capítulos sobre sexo. Entrevistei muitas pessoas de 90 anos, incluindo um casal com mais de 100 anos. Tudo é diferente nessa idade. E posso falar sobre isso porque tenho 80 anos. Perde-se certas coisas, como a espontaneidade, principalmente se o homem for mais velho também. Mas o planeamento pode ser muito erótico. E ao mesmo tempo para as mulheres é melhor nessa idade, porque conhecemos melhor os nossos corpos e sentimentos e não temos mais medo de pedir o que gostamos", declarou.
Hoje, após a frase que chocou muitos, de que a elasticidade é necessária para manter relacionamentos, Jane Fonda acrescentou: "Você quase que tem de conseguir pôr as pernas na cabeça, certo? Eu ainda consigo fazer isso." Na prática, o que ela quer dizer é que o exercício é essencial para todos os aspetos da nossa vida. E o mais curioso é que os seus treinos começaram já na maturidade: "Eu comecei a treinar aos 40 anos. Antes de começar, sentia que estava a desmoronar. Por isso, nunca é tarde demais. Basta começar a fazê-lo", aconselha.
E Jane Fonda ainda remete para as muitas consequências positivas que o treino regular tem em cada ação do dia. Por exemplo, em coisas tão simples como entrar e sair do carro com agilidade, cuidar do neto sem medo de se curvar, conduzir sem medo de ter que olhar por cima do ombro, etc E outro ponto importantíssimo que refere é a aptidão aeróbica: "há que manter o coração forte, para poder subir escadas sem perder o fôlego .".