Problemas de memória associados à covid-19? Este estudo sugere que sim
Um quarto de 740 doentes com covid-19 acusou problemas de memória, de acordo com um estudo levado a cabo pela equipa de investigadores do Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque. "Eles não conseguem pensar" escrevem investigadores.

Se até agora ainda não tinha ainda sido possível tirar muitas conclusões do impacto a longo-prazo da covid-19, estudos mais recentes estão a sugerir que há sequelas mais ou menos permanentes, a surgir meses depois da recuperação do vírus. Entre as já conhecidas e divulgadas pela comunidade científica estão a inflamação do miocárdio, a fibrose pulmonar, a insuficiência renal aguda ou a perda do apetite, mas há uma outra que está a preocupar os investigadores: perda de memória e comprometimento da função cognitiva.
Um novo estudo sugere que algumas pessoas que tiveram covid-19 estão a ter dificuldades ao nível neurológico, especialmente no que toca à memória. A conclusão vem no seguimento da examinação de 740 doentes do Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque, nos EUA, e foi exposta num estudo divulgado na JAMA Network Open, uma revista sobre ciências biomédicas publicada pela American Medical Association.

Os investigadores descobriram que cerca de sete ou oito meses após terem contraído a doença os pacientes apresentavam sinais de incapacidade cognitiva. "Neste estudo, descobrimos uma frequência relativamente alta de deficiências cognitivas vários meses após os pacientes terem contraído a covid-19. As deficiências no funcionamento executivo, velocidade de processamento, fluência de categoria, codificação de memória e recordação foram predominantes entre os pacientes hospitalizados", disse Jacqueline Becker e outros investigadores da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai em Nova Iorque, de acordo com o estudo, e citados pela Business Insider.
Os pacientes foram testados entre abril de 2020 e maio de 2021, todos tinham pelo menos 18 anos de idade e não tinham antecedentes de demência. A lista de novos problemas inclui dificuldades com a recordação de memórias e também a capacidade de armazenar novas memórias, conclui o estudo.
Alguns destes pacientes "não conseguem funcionar", disse a professora de psiquiatria Helen Lavretsky à NBC News. "Eles não conseguem pensar, a sua memória é prejudicada, ficam confusos quando conduzem até um luger, e [muitas vezes] não sabem como lá chegaram". Um dos efeitos a longo prazo da covid-19 é o "nevoeiro cerebral", ou a dificuldade em pensar e concentrar-se, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), o que vem reforçar as conclusões advindas do estudo.

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