Esta é a razão pela qual não devemos comer salada à noite
Apesar de se apresentar como sendo um prato perfeito para uma refeição leve, este pode não ser a opção certa devido à sua digestão lenta.
Nos últimos tempos, temos assistido a um aumento significativo de interesse sobre o cortisol, uma hormona frequentemente referida como a "hormona do stress". Muitas mulheres têm-se deparado com conteúdos nas redes sociais que falam sobre a necessidade de baixar os níveis de cortisol, mas será que entendemos realmente o que isso significa e qual a importância deste equilíbrio hormonal para a nossa saúde?
Antes de avançarmos é importante esclarecermos a seguinte questão: O que é o cortisol? Esta é uma hormona esteroide essencial, produzida nas glândulas suprarrenais, e que desempenha um papel vital na regulação de várias funções do organismo. Segundo Gonçalo Botelho, especialista em Medicina Geral e Familiar e Medicina Preventiva e Funcional, "o cortisol pertence à família dos glucocorticoides e regula a atividade do organismo através de funções importantes: aumenta o açúcar no sangue, aumenta a pressão arterial e neutraliza a inflamação do corpo". Além disso, esta hormona é responsável por efeitos benéficos como a melhoria do humor, efeito analgésico e aumento de energia.
Apesar dos benefícios associados ao cortisol, é importante sublinhar que a sua função depende de um equilíbrio delicado. Em situações normais, o cortisol ajuda-nos a enfrentar o stress pontual, preparando o corpo para reagir a desafios imediatos. Contudo, quando estamos expostos a stress crónico – uma condição comum nas vidas agitadas de muitas mulheres – os níveis de cortisol podem permanecer elevados por longos períodos, o que acarreta sérias consequências para a saúde.
O médico explica que "o stress crónico está associado a uma libertação constante e desmedida de cortisol e é isto que gera problemas de saúde". O excesso de cortisol pode suprimir outras hormonas, como as tiroideias, e promover a perda de massa muscular. Além disso, leva à produção constante de glicose no fígado, o que pode resultar em resistência insulínica – uma condição que precede a Diabetes Mellitus Tipo 2. Este processo é ainda mais preocupante para mulheres que, muitas vezes, enfrentam desafios adicionais como as flutuações hormonais associadas ao ciclo menstrual, gravidez ou menopausa.
Porque é que devemos baixar os níveis de cortisol? A ideia de "baixar os níveis de cortisol" não deve ser encarada de forma literal ou como uma solução universal. O objetivo não é eliminar o cortisol, mas sim regulá-lo. Como salienta Gonçalo Botelho, "o importante é manter os níveis adequados à homeostasia do organismo e, desta forma, promover a interação saudável entre todas as hormonas". Noutras palavras, o foco deve estar em restabelecer o equilíbrio hormonal para garantir que o cortisol desempenha as suas funções sem causar danos ao corpo.
Como é que podemos, então, regular os níveis de cortisol? Para as mulheres que vivem em stress crónico, a chave está na adoção de um estilo de vida saudável. O profissional sugere uma abordagem holística que inclui: uma dieta rica e variada em nutrientes, livre de alimentos processados e tóxicos; a prática regular de exercício físico, que não só ajuda a controlar os níveis de cortisol, como também promove o bem-estar geral e reduz o risco de doenças crónicas; garantir um sono de qualidade e em quantidade suficiente é fundamental para permitir que o organismo se repare e mantenha o equilíbrio hormonal; e técnicas de relaxamento, como a meditação, yoga e exercícios de respiração podem ser poderosos aliados na gestão do stress e na regulação dos níveis.
O cortisol é uma hormona essencial para a vida e desempenha funções vitais no organismo, especialmente em situações de stress. No entanto, quando os níveis de cortisol permanecem elevados devido ao stress crónico, podem surgir sérios problemas de saúde, especialmente para as mulheres. Em vez de procurar simplesmente "baixar" o cortisol, devemos focar-nos em equilibrar os seus níveis através de um estilo de vida saudável e consciente. Como defende Gonçalo Botelho, a chave para uma saúde hormonal está em "manter os níveis adequados à homeostasia do organismo".