7 respostas essenciais sobre dermaplaning, a técnica de beleza mais viral das redes sociais

Nos últimos anos, o dermaplaning tornou-se uma das técnicas de skincare mais faladas e procuradas, sobretudo graças à sua popularização nas redes sociais. Consiste na remoção cuidadosa da camada superficial de células mortas e dos finos pelos faciais com uma lâmina especial, e ganhou destaque por oferecer uma pele mais lisa e luminosa, um efeito que as influenciadoras e entusiastas da beleza rapidamente adotaram e partilharam com milhares de seguidores. Surgido inicialmente nos bastidores de sessões fotográficas e nos consultórios de dermatologistas como um método discreto de preparação da pele, o dermaplaning conquistou um lugar de destaque no mundo da estética. Com o poder amplificador das plataformas digitais, rapidamente deixou de ser um segredo dos profissionais para se tornar uma tendência global. Para entender melhor este fenómeno e os seus reais benefícios e cuidados, conversámos com Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista na Clínica Espregueira, que nos revela tudo sobre esta prática e o que devemos considerar antes de a incluir na nossa rotina de cuidados com a pele.

Para quem não sabe, o que é o dermaplaning? 

O dermaplaning é um procedimento não invasivo e indolor realizado por dermatologistas e cirurgiões plásticos, e que consiste na utilização de uma lâmina para remover a camada superficial da pele (o estrato córneo) e a pilosidade presente nessa área. É feito há vários anos.

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Depois da preparação da pele, é utilizada uma lâmina esterilizada posicionada a cerca de 45 graus sobre a pele, que é tensionada e esticada. Esta lâmina, ao deslizar sobre a pele, vai fazer uma esfoliação física da mesma, removendo células mortas e a pilosidade presente no rosto, os chamados pelos "vellus".  

Quais são os benefícios reais do dermaplaning para a pele, e como é se compara a outros métodos de esfoliação? 

São vários os benefícios do dermaplaning. Os benefícios visíveis no imediato são uma pele mais uniforme, lisa e com mais luminosidade (o chamado glow). Além disso, ao remover células mortas e a pilosidade facial, o dermaplaning vai permitir uma melhor penetração na pele dos produtos de cosmética utilizados, aumentando a eficácia dos produtos ativos presentes nos mesmos. A aplicação da maquilhagem nos dias imediatamente após é também mais uniforme. É por estes motivos que este procedimento é usado por muitas celebridades antes de eventos como os Óscares, facto que tornou o dermaplaning viral nos últimos anos.  

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A médio-prazo, a remoção da camada superficial da pele vai levar à estimulação da renovação celular, com consequente melhoria de alguns problemas como marcas de acne e manchas.  

Trata-se de uma esfoliação mecânica ou física, ao contrário dos peelings e cosméticos esfoliantes, os quais vão realizar uma esfoliação do tipo químico. A principal diferença é que o dermaplaning, ao contrário dos outros métodos, vai também remover temporariamente a pilosidade facial.  

Existem tipos de pele ou condições específicas para as quais o dermaplaning não é recomendado? 

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Sim. Pessoas com lesões de acne ativas, rosácea em crise, peles sensíveis, presença de eczemas, infeções de qualquer etiologia ativas (herpes, bacterianas ou fúngicas) ou realização recente de procedimentos como peelings ou lasers. Nestas situaçãoes o dermaplaning está contraindicado. O uso de produtos como o ácido salicílico, glicólico ou retinoides nos dias posteriores ao procedimento não está recomendado.  

O dermaplaning pode causar algum efeito secundário ou complicação, especialmente a longo prazo? 

Mesmo feito por um profissional experiente o dermaplaning pode levar a irritações da pele, com vermelhidão e consequente descamação da pele nos dias e semanas que se seguem ao procedimento. Quando feito em pacientes com lesões de acne ativas pode levar ao desenvolvimento de cicatrizes permanentes e hiperpigmentação (manchas). Em pessoas com rosácea podemos observar um agravamento temporário desta mesma patologia. Quando feito por profissionais não qualificados pode acarretar cortes acidentais e o agravamento de patologias como o eczema, foliculites e infeções.  

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Com que frequência é recomendado fazer o dermaplaning para manter os resultados e não prejudicar a pele? 

Depende do tipo de pele e dos objetivos. De uma forma geral, em pele sem as patologias anteriormente mencionadas, poderá ser realizado uma vez por mês. Isto vai permitir que a barreira cutânea regenere. 

É verdade que o dermaplaning faz com que os pelos do rosto cresçam mais grossos ou mais escuros? 

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Não. É verdade que alguns dias após o dermaplaning a pele vai parecer mais áspera devido ao crescimento vertical dos pelos anteriormente removidos pela ténica, aos quais ainda falta a porção distal normalmente mais fina. Vamos pensar no pelo como um cone, em que a porção distal mais fina é removida durante o procedimento. Quando o pelo começa a crescer novamente depois do procedimento, ainda não tem aquela parte distal mais fina e macia. Por este motivo parece mais grosso e escuro, mas é apenas aparência. Na verdade, os pelos não ficam mais grossos ou escuros depois deste procedimento. É uma sensação temporária.  

Podemos fazê-lo em casa? Se sim, como? 

Para se obterem melhores resultados e ser feito com segurança, este procedimento deve idealmente ser realizado em ambiente médico por dermatologistas ou cirurgiões plásticos experientes. Contudo, atualmente existem inúmeros kits de venda livre destinados à realização deste procedimento em casa. Estas lâminas não são tão cortantes como aquelas que nós dermatologistas usamos no dermaplaning, logo são menos eficazes e em teoria mais seguras para o uso doméstico. Mas os riscos anteriormente mencionados existem. Para quem não tem experiência nesta área, desaconselho a realização do dermaplaning em casa. Os resultados não serão tão satisfatórios e o risco de complicações é maior. Contudo, em casos selecionados, pessoas que tenham alguma experiência na realização deste procedimento e na ausência de contraindicações, mesmo quando realizado em casa, o dermaplaning com determinados kits de venda livre pode ser um bom complemento na rotina de skincare. Relembro que a pele deve ser bem desinfetada antes do procedimento e as lâminas não deverão ser reutilizadas. A rotina de skincare deve ser adaptada nos dias seguintes ao procedimento, favorecendo ingredientes que vão favorecer a regeneração da barreira cutânea como as ceramidas, a niacinamida e o ácido hialurónico. Em caso de dúvidas o melhor é aconselhar-se com um dermatologista.  

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