Julia Roberts: "é incrível poder ser supermodelo aos 50 anos"
Julia Roberts dispensa apresentação como atriz e como embaixadora da Lancôme, papel este que desempenha orgulhosamente há quase dez anos. Falamos com ela sobre feminismo, sobre os seus projetos e sobre as suas lembranças mais memoráveis.

É embaixadora da Lancôme há dez anos. Como tem sido esta relação tão duradoura com a marca?
De uma certa forma não é surpreendente que esta relação seja tão longa porque é essa a herança da Lancôme. Basta olhar para o exemplo de Isabella Rossellini [que, aos 65 anos, regressou ao papel de embaixadora da marca]. Duradouro é o que esta marca faz. Sinto-me muito afortunada por nos termos encontrado, honestamente. Por um lado, a Lancôme é uma marca que compreende que a família vem primeiro. Fazem de tudo para respeitar os meus horários. E, por outro, respeita a idade: é incrível se pensarmos que acabo por ser uma supermodelo com 50 anos.

Tem alguma experiência com a marca que recorde com particular carinho?
Tenho de confessar que as minhas experiências preferidas com a Lancôme são as nossas viagens, porque os destinos são sempre extraordinários, e é ainda melhor quando se juntam as embaixadoras todas. Houve uma noite em que eu, a Kate [Winslet] e a Penélope [Cruz] estávamos a pôr a conversa em dia e tivemos uma troca incrível de conselhos de mães. Os filhos da Penélope são um pouco mais novos do que os meus e os da Kate são mais velhos. Esta partilha permite-nos antever o que aí vem. A Kate disse algumas coisas que me fizeram pensar: "Vou guardar o que acabei de ouvir e nunca me esquecerei disto." Não deixa de ser engraçado estarmos todas tão bem vestidas num ambiente magnífico e conseguirmos ter estas conversas descontraídas através das quais aprendemos tanto.
O mundo está a encarar uma nova era de ativismo e diversidade. Como é que a visão de beleza e feminismo da Lancôme se tem mantido a par com tudo isto?

Parece-me que a Lancôme tem uma maneira de olhar para o mundo que inclui diferentes pontos de vista e consegue dar resposta ao que mulheres de diferentes idades realmente querem. E o facto de eu ter 50 anos e trabalhar para eles no mesmo espírito e regularidade com que sempre fiz é um dos exemplos de como a Lâncome foi pioneira em abraçar as diferenças e a mudança. A minha carga de trabalho não diminuiu, de todo. É uma marca que não pretende ter raparigas com vinte e poucos anos a vender produtos antienvelhecimento, o que é inteligente, porque como consumidora isso não me daria muita confiança na marca. Sentir-me-ia enganada. Se utilizar este creme, vou mesmo acordar com o aspeto desta rapariga que provavelmente ainda anda no liceu? Seria fantástico, claro. Mas provavelmente não vai acontecer.
Quão importante é para si apoiar realizadoras de cinema, escritoras e argumentistas?
O meu marido é diretor de fotografia. Já trabalhou com muitas realizadoras e teve experiências triunfantes. Conheço muitas pessoas que são ativas de formas extremamente relevantes em relação a este tema, mas tenho pensado que está na altura de começar a exigir mais em relação a esse cenário. O filme que quero ver esta temporada, por exemplo, é A Million Little Pieces, da Sam Taylor-Johnson. Acho-a fantástica. Gosto muito dela como pessoa, mas também é alguém que realmente cria uma história – cria mesmo aquelas situações – para ela própria. Admiro isso.

Porque é que o programa de literacia Write Her Future é tão importante para si?
Não sei se haverá uma capacidade maior e mais empoderadora do que saber ler. Falar não pode ser algo interdito a alguém simplesmente porque não tem dinheiro, mas aprender a ler pode. Isso está errado. Saber ler não deveria ser um luxo ou um privilégio, deveríamos todos poder aprender a falar e a andar, a ler e a escrever. Tenho tido o privilégio de trabalhar com programas de literacia no Haiti através da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) e tenho visto o que isso faz pelas pessoas.
Qual foi a coisa mais empoderadora que já escreveu?
Os meus votos de casamento.
Que conselho de beleza foi o mais significativo para si?
Penso que o mais aborrecido é também o mais verdadeiro: hidratação!
No thriller psicológico Homecoming, prestes a estrear, desempenha o papel de Heidi Bergman, uma investigadora de instalações governamentais. O que a levou a querer desempenhar este papel numa série televisiva?
Falando de uma maneira simples, achei-a uma história realmente interessante e complexa, com várias personagens fantásticas. É o tipo de mistério que não queremos deixar de ver, feito de uma forma muito única e específica.
Diz-se que tornamo-nos nos nossos pais – começamos a fazer jardinagem, mudamos constantemente de estação de rádio, os nossos rostos ficam parecidos com os deles… A sua experiência diz-lhe que é assim mesmo?
Acho que isto acaba por ser mais ou menos verdade para todos. Mas não sei se será inteiramente assim. É engraçado como esta ideia tem uma conotação negativa: "Oh! Estou a transformar-me na minha mãe!" Como mãe, nem sempre é uma má ideia irmos atrás do que as nossas mães dizem – o que, eu sei, faz-me mesmo soar à minha mãe. Felizmente, acho que venho de uma família de pessoas geneticamente sólidas como uma rocha.
Quem são os seus ícones?
Bem, a Diane Sawyer está no topo da lista. Idolatro-a [risos]. O seu ritmo, a sua ética profissional, a sua integridade. Tenho-a na mais elevada consideração.
Em que projetos está a trabalhar?
Estou a trabalhar em preparar o almoço para… uma, duas, três, quatro, cinco, seis crianças que estão na minha casa!
O PerfumeLa Vie Est Belle En Rose é a nova edição de perfume da Lâncome que expressa a visão de felicidade e feminilidade da marca. Uma interpretação moderna da peónia como símbolo de felicidade e da rosa como uma expressão de liberdade e alegria. Criada por dois grandes nomes da perfumaria, Anne Flipo e Dominique Ropion, a nova eau de toilette tem como base o clássico aroma da madeira e da íris, a que se junta um bouquet fresco de novas flores. A nova embalagem sublinha o otimismo do perfume, com um filtro rosa com linhas triangulares no topo da garrafa. À volta do pescoço do frasco as famosas asas da liberdade iluminam-se em rosa, como uma homenagem à mulher de espírito livre que usa o perfume.
