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Viagem imersiva

É verdade que as viagens mais profundas podem implicar algum incómodo, mas não é por isso que um retiro tem de ser desconfortável. Prova disso são as propostas holísticas desenhadas pelo Vila Monte Farm House, no Algarve. Fomos experimentar!

16 de março de 2020 às 07:00 Rita Lúcio Martins

Foi preciso atravessar os quase 300 quilómetros que separam Lisboa do Algarve para começar esta Journeying to Inner Peace, uma espécie de viagem para a paz interior proposta pelo Vila Monte Farm House, um boutique hotel situado em Moncarapacho, um pedaço verde e silencioso do Algarve e a escassos metros do mar. Se no verão são mesmo as águas quentes e tranquilas da praia da Culatra que apelam aos hóspedes, em pleno inverno são os inusitados programas de wellness desenhados pela curadora de bem-estar do hotel, Janet Shook, a norte-americana de sorriso tranquilo (e arrisco dizer, luminoso, sem pingo de esoterismo) que me recebe, logo à chegada.

A verdade é que não sabia bem ao que ia: o programa mencionava aulas de yoga, sessões de meditação, diário pessoal e passeios pela natureza (até aqui nada de estranho ou fora da minha zona de conforto), mas também viagens xamânicas (algo que desconhecia em toda a sua essência). "No nosso primeiro retiro iremos conectar-nos profunda e diretamente aos espíritos da natureza como fonte de energia, de paz e de orientação. Aprenderemos e praticaremos técnicas de auto-orientação através da conexão da alma. Uma viagem ao mundo não ordinário para encontrar aspetos do seu eu arquetípico, guias espirituais e dons espirituais que nos apoiam na jornada pela vida", lia-se no programa algo críptico. O truque, percebi nos primeiros instantes, seria confiar. Eu senti que estava em boas mãos e, minutos depois, também constatei que ficaria confortavelmente instalada numa das belas Ocean & Mountain View Suite. Um quarto espaçoso, com sala e varanda, dominado pela tranquilidade do branco e pelos muitos apontamentos de conforto. Durante três dias seria aquela a minha base, à qual regressaria após as várias atividades, intercaladas entre os cuidados jardins e as silenciosas salas onde decorreram algumas das propostas terapêuticas. Isto sem esquecer as viagens bidiárias até ao restaurante À Terra, onde me esperava um menu previamente definido, com ingredientes orgânicos e locais sempre frescos, deliciosos e leves. Sopas, saladas, peixe fresco e muita fruta, mas também tisanas com ervas colhidas no jardim do hotel acompanhadas com bolachas caseiras (e um ocasional copo de vinho tinto porque aqui os fundamentalismos – seja de que ordem for – ficam à porta). Descrever a experiência passo a passo redundaria num exercício eventualmente subjetivo, até porque muito pessoal. Eu prefiro, por isso, dizer que foram três dias plenos e recompensadores em que foi fácil perder a noção do tempo, de tão absorventes que foram as propostas realizadas.

Além do yoga e da meditação, desafiei-me a explorar novos territórios (como no workshop Walking The Wisdom Wheel ou no ritual da Cura Xamânica, ambos conduzidos por Luísa Peres, que, com uma experiência de mais de 20 anos em vários processos de cura espiritual, está atualmente a terminar a sua formação avançada, na Michael Harner’s Foundation for Shamanic Studies – e importa dizer que Michael Harner, falecido há dois anos, antropólogo de formação, é uma das maiores e mais respeitadas referências nesta área. Depois deste primeiro retiro, o hotel propõe uma nova experiência em março (We Are Stardust, entre os dias 17 e 22, a partir de €654).

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Sou agnóstica, céptica e desconfiada. Fiz um retiro e sobrevivi. Perdão: vivi. Um testemunho de como é fundamental parar, verdadeiramente, quando o mundo nos impele a compactuar com o seu ritmo exacerbado e intenso, ao mesmo tempo que a sociedade nos “pressiona” para estarmos sempre felizes.

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