
Falámos com Francisco Silva sobre A Rose is a Rose is a Rose, o mais recente álbum do seu projeto, Old Jerusalem. Os concertos estão marcados para a Zé dos Bois, em Lisboa (2), Maus Hábitos, no Porto (8), e Teatro Gil Vicente, em Barcelos (16).
As notícias sobre este novo álbum começam quase sempre referindo o longo interregno entre o último disco e este. Como é que a música encaixa no seu tempo ou, se preferir, qual é o tempo certo para a sua música?
A música tem sido desde há muito um elemento com enorme preponderância no meu dia a dia. De facto, quase pode dizer-se que durante um período de tempo relativamente longo tudo o resto gravitava em torno desse meu interesse central. Quanto ao tempo certo para a minha música, não saberia dizê-lo e objetivamente é algo que nem para mim próprio controlo.
Uma das novidades deste trabalho são as parcerias. Fazer música com companhia é todo um novo processo?
Talvez o nível de envolvimento com que se desenvolveram algumas das parcerias deste disco configure um processo relativamente novo para Old Jerusalem, sim. No entanto, tão-pouco se pode dizer que seja um fator totalmente inédito no percurso do projeto, uma vez que já anteriormente havia um nível de interação criativa elevada, se não tanto com os músicos envolvidos, pelo menos com o produtor de vários dos discos (Paulo Miranda), pelo que o processo foi encarado com muita naturalidade, foram acauteladas as salvaguardas necessárias para tudo funcionar, e na verdade foi um grande prazer, porque o talento dos músicos envolvidos elevou sempre tudo a um patamar de quase pura fruição.
O que podemos esperar dos concertos que aí vêm? Intimista é a palavra incontornável ou haverá outras?
"Intimista" talvez seja mesmo uma palavra incontornável no caso de Old Jerusalem, dadas as características de boa parte da música que produzimos e dos ambientes que evocamos. Tentamos que seja uma palavra prevalecente também nos concertos e esforçamo-nos por criar um ambiente propício a uma certa interioridade leve, que em certos dias pode ser condimentada com aspetos mais densos e de maior intensidade e noutros, pelo contrário, com pitadas de humor algo destrambelhado. Tudo depende dos dias, das canções e, claro, essencialmente do que o público traga consigo.
