Recordar o incêndio que deflagrou nos Armazéns Grandella do Chiado
A 25 de agosto assinalam-se 32 anos do incêndio que destruiui uma das zonas mais icónicos de Lisboa. Estas são as imagens que captam a angústia desse dia e que marcam momentos emocionantes.

Passava pouco das cinco e meia da manhã de dia 25 de agosto de 1988, quando o fogo tomou conta dos Armazéns Gradella, contíguos aos Armazéns do Chiado, destruíndo uma série de edifícios históricos e arquitetónicamente deslumbrantes no coração de Lisboa. As fotografias da época revelam rostos consternados, ajuntamentos solidários, bombeiros e elementos das forças corporativas contemplando a inevitável destruição. Segundo a edição do Diário de Lisboa desse dia, cuja manchete foi 'Coração de Lisboa em chamas', "milhares de bombeiros com centenas de viaturas e auxiliados por meios aéreos combatiam, ao fim da manhã - apesar do sinistro ter sido já dado como praticamente controlado - o pavoroso incêndio (...)". Mário Soares, primeiro-ministro na altura, estava no local pouco antes das nove da manhã, e Aníbal Cavaco Silva, presidente à data, estava de férias no Algarve, tendo chegado a Lisboa ao fim da manhã.
Morreram duas pessoas (um civil e um bombeiro) e mais de 20 ficaram feridas, pois nessa altura o Chiado não era uma zona muito habitada, mas a perda do património histórico e o prejuízo foram um dos aspectos significativos para a cidade. As chamas levaram edifícios inteiros, extinguindo lugares como o ‘snack-bar’ Ivens, na Rua Ivens, ou a loja Jerónimo Martins, na rua Garrett. Na Rua Nova do Almada, em edifícios em acabamento, arderam ainda a pastelaria Ferrari, a joalharia Morais e a loja Valentim de Carvalho. Na rua do Carmo, desapareceram os estabelecimentos Martins e Costa, Melodia e Hello Chiado, segundo o Diário de Lisboa. Na mesma edição, este diário dedicava um artigo às suspeita de que teria sido Manuel Martins Dias, um dos principais proprietário dos Armazéns Gradella, a pôr fogo ao edifício. Nunca foi acusado.

Os Armazéns Grandella, idealizados por Francisco de Almeida Grandella e projetados pelo francês Georges Demaye, inaugurados a 1 de julho de 1891, inspiravam-se nos famosos armazéns Printemps em Paris. Depois da destruição deste edifício, o presidente da Câmara Nuno Kruz Abecasis anunciou que seria Siza Vieira o convidado a fazer a reconstrução do Chiado.

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