"Rabo de Peixe" regressa à Netflix: o "fim de um sonho" e o seu recomeço
Em entrevista, José Condessa e Augusto Fraga, criador da série, dizem que a segunda temporada é outra experiência: "Mais arriscada", mas também "melhor".

A primeira temporada de Rabo de Peixe termina com uma promessa: a haver uma, qualquer continuação seria substancialmente diferente do que vimos até agora. No grupo de quatro amigos que formam o núcleo de protagonistas da série, Rafael (Rodrigo Tomás) está desaparecido no mar e é presumido morto, Sílvia (Helena Caldeira) é deixada à sua sorte em Rabo de Peixe e Eduardo e Carlinhos (André Leitão) partem de barco rumo aos Estados Unidos da América, antecipando um novo rumo para estes jovens açorianos traficantes de cocaína.
Não é, no entanto, preciso ver muito do primeiro episódio para perceber que estas expectativas são traídas pela série: os emigrantes são apanhados ainda antes de chegar à fronteira, presos e sumariamente deportados de volta para São Miguel. "Acho que isso é bom, não é? É isso o que nós queríamos", diz José Condessa, que interpreta Eduardo, referindo-se ao facto de a massa fanática da série - um sucesso estrondoso dentro e fora de Portugal - ter sido ludibriada pelos seus criadores.
"Acho que a própria personagem foi enganada, e isso torna a coisa muito mais interessante", continua. Na sua leitura, a primeira temporada é a "construção de um sonho" - o de escapar da miserável vida de Rabo de Peixe, caminhando para um futuro melhor na América - e que na segunda estamos perante "o fim de qualquer sonho", com a perda de "tudo aquilo que ele tinha e que achava que era intocável": família, amigos e a própria casa. "Mais abandonado do que o Eduardo, duvido que o espetador fique", remata.
Para o criador e showrunner da série, Augusto Fraga, o volte-face é também um ponto de contacto com a realidade que, apesar do tom hiperreal, a série procura manter. "Os açorianos têm um historial grande de entrar na América, o meu bisavô foi de barco para a América", refere o produtor natural de Vila Franca do Campo, São Miguel.

Há, ainda assim, outro sentido em que a promessa da primeira temporada foi cumprida: se estamos a falar das mesmas personagens na mesma ilha, houve uma tentativa de "levar as personagens para sítios desconfortáveis" e perceber como sairiam de lá: Eduardo fica "sozinho, sem casa, sem amigos e sem droga"; Sílvia, que vivia sem rumo, é "obrigada a tomar decisões muito sérias e liderar um grupo para o qual não está preparada"; Carlinhos, "que era a alegria e a leveza, transforma-se em algo diferente disso", e Bruna (Kelly Bailey), que "era a festa da primeira temporada", tem, na segunda, "uma profundidade que não conhecíamos dela" - "quisemos ver os outros lados de todos eles e experimentar, para ver o que acontecia", diz Fraga.
Para isso, contribui ainda o rejuvenescimento do elenco: Albano Jerónimo, reduzido à narração, dá lugar a José Raposo, o enigmático irmão de Arruda e tio de Sílvia, que chega à ilha em busca de vingança; ou os brasileiros Caio Blat e Paolla Oliveira, que interpretam "os verdadeiros donos da droga" que veio dar à costa de Rabo de Peixe "e que vêm à procura dela", representando "um desafio ainda maior, um monstro ainda mais difícil de combater", diz José Condessa, para quem foi "uma sorte gigante trabalhar com atores tão maravilhosos a fazer personagens tão boas".
Nas palavras de Augusto Fraga, trata-se de "elevar o perigo, elevar os obstáculos", criando antagonistas "mais loucos e descontrolados" do que os anteriores e, por isso mesmo, "mais interessantes". Sendo "o segundo ato de uma história em três atos", é também o momento "das consequências dos eventos ocorridos e decisões tomadas na primeira temporada". O resultado, "mais arriscado", é, a seu ver, "pelo menos tão bom quanto" a temporada anterior, "se não melhor".
O lançamento da segunda temporada ditará a opinião do público de uma série que excedeu todas as expectativas na primeira: além de ter ocupado o primeiro lugar das mais vistas da Netflix em Portugal, esteve no Top 10 global da plataforma de streaming em mais de 30 países, chegando ao sétimo lugar na lista de séries não-anglófonas mais populares.
"A pressão existia e era inevitável", confessa José Condessa, que explica, no entanto, que a equipa abraçou-a, o que poderá ter sido "a receita do sucesso" da primeira temporada: "Pusemos essa mochila pesada às costas e acreditámos uns nos outros", o que, afinal de contas, o ator acredita que os "faz ser melhores".
A segunda temporada de Rabo de Peixe estreia na Netflix na quinta-feira, 17 de outubro.

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