Quantas horas de tempo livre por dia precisamos para ser felizes?
Num mundo ideal, quantas horas de tempo livre gostaria de ter todos os dias para garantir a sua felicidade? Um estudo publicado na revista American Psychological Association desvenda a resposta a esta e a outras perguntas.

Alguns investigadores ligados à área do bem-estar e da psicologia têm procurado saber quanto tempo de lazer necessitamos, diariamente, para sermos felizes. O resultado da mais recente investigação foi publicado na revista American Psychological Association, num artigo que é um dos primeiros a explorar a questão do tempo livre, tanto na sua insuficiência como no seu excesso. De acordo com as conclusões dos investigadores americanos, precisamos de uma média de 2 a 5 horas de tempo livre por dia - ou seja, de momentos de lazer - para sermos felizes; e se a falta de tempo para nós próprios é prejudicial, também o é o excesso dele.
Para apoiar estes resultados, os investigadores centraram-se então nos dados do National Workforce Development Study, que recolheu os hábitos de descanso de cerca de 14.000 trabalhadores americanos entre 1992 e 2008. Para completar o quadro, os autores do artigo atribuem um modelo de vida fictício a mais de 6.000 participantes. Alguns deles tinham de imaginar que tinham pouco (cerca de 15 minutos por dia) ou tempo livre moderado (3,5 horas por dia), enquanto outros desfrutavam de muito mais (7 horas por dia). Todos eles têm de deduzir quanta satisfação obteriam com este tempo de lazer.
"Os nossos resultados sugerem que ter dias inteiros livres, para serem preenchidos à vontade, também pode deixar uma pessoa infeliz", comentou Marissa Sharif, autora principal do artigo, citada pela Madame Figaro. O ideal, segundo a investigadora, seria "dar a si próprio uma margem de duas horas por dia durante as quais se permite satisfazer os seus desejos".
A felicidade sentida durante o tempo livre depende também do que se faz com ele. O investigador convida-nos portanto a ser acivos e a ocupar este tempo com atividades que estimulem as três necessidades inerentes ao bem-estar: autonomia, ou seja, um momento que possamos apropriar plenamente; associação com outros, ou seja, o facto de socializarmos e partilharmos os nossos momentos com outros; e, finalmente, o sentimento de competência, que alimentamos dando às nossas acções um objectivo, um significado.

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