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A par da greve geral, decorre também uma concentração de professores em São Bento, frente ao Parlamento, enquanto é debatida a proposta do Orçamento de Estado para 2018. O protesto, organizado pela FENPROF, FNE e Frente Sindical dos Docentes, promete a adesão de cerca de 90% dos docentes, fazendo desta uma das maiores greves de sempre dos professores e deixando muitos alunos sem aulas.

Em questão está a proposta do Orçamento de Estado para o próximo ano que não prevê a contabilização do trabalho realizado pelos professores entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007, nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018. O primeiro-ministro, no entanto, garante que "aquilo que este Orçamento do Estado faz não é parar o cronómetro, é pôr de novo o cronómetro a funcionar".

"Os professores não ficam de fora do processo de descongelamento das carreiras, como nenhuma carreira da Função Pública está fora do processo de descongelamento das carreiras. Os professores foram objeto de uma medida que eu compreendo que os revolte e que considerem injusta, que foi há vários anos atrás ter sido parado o cronómetro que contava o tempo da sua carreira para efeitos de progressão", afirmou ainda António Costa.

Segundo o primeiro-ministro, o objetivo agora é "repor aos professores e a todos os quadros da Administração Pública o direito a progredir na sua carreira", algo que não pode ser feito de imediato porque iria custar ao Estado 650 milhões de euros que o país não consegue pagar.

Entretanto, o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, acusa o governo de só querer retomar as negociações por causa da paralisação e afirma que a greve de hoje é determinante. E apesar do país não ter capacidade financeira para repor de imediato todas as progressões de carreira, a FENPROF defende que seja contado todo o tempo de serviço, mesmo que de forma faseada.

"Claro que o senhor primeiro-ministro fala nos 600 ou 650 milhões que seria a progressão com a recuperação total dos nove anos de trabalho que ficaram congelados. Claro, nós poderíamos contrapor os oito mil milhões de euros que os professores perderam neste tempo todo, mas não contrapomos", afirmou ainda Mário Nogueira,

Por seu lado, a Federação Nacional de Educação (FNE) defende que os professores devem ser recolocados onde merecem depois do descongelamento das carreiras. "O que está em cima da mesa é a verificação de que há tempo que esteve congelado e que nós pretendemos que seja reconvertido para permitir que as pessoas sejam reposicionadas na sua carreira", afirmou João Dias da Silva, secretário-geral da FNE, à RTP. "Não há acordo sequer sobre a quantidade de tempo que o governo considera que esteve congelado. E ainda temos por resolver a questão de como é que vai ser feito esse faseamento."

Há dez anos que a progressão na carreira dos professores está interrompida. Os sindicatos e o governo voltam amanhã à mesa de negociações.

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